A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, recebeu na tarde de segunda-feira (21) uma equipe do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O Centro e a Secretaria vêm desenvolvendo um trabalho conjunto, para análise e identificação dos restos mortais oriundos do Cemitério Dom Bosco, em Perus.

A equipe – composta pelos professores Javier Amadeo e Camila Diogo de Souza, ambos do CAAF, bem como pela professora Claudia Regina Plens, da Unifesp – apresentaram à secretária Eloisa Arruda o professor John Albanese, da Universidade de Windsor, no Canadá. Por meio de uma parceria entre o GT Perus e a Universidade foi possível a vinda do professor ao Brasil – e, a partir de outubro, ele e uma equipe de antropólogos forenses deverão auxiliar na finalização do processo de análise e identificação dos ossos encontrados na Vala de Perus.

O trabalho da equipe deverá facilitar boa parte do processo de identificação como, por exemplo, a estimativa de sexo a partir das ossadas – um dos seis métodos disponíveis é justamente o desenvolvido por Albanese, que afirmou ser “muito emocionante participar de um projeto dessa magnitude, fico grato que meus métodos de pesquisa e identificação serão utilizados e me coloco à disposição para o que puder ajudar”.

A secretária Eloisa Arruda se colocou à disposição da equipe para auxiliar sempre que possível, buscando outras parcerias e apoios a fim de melhorar ainda mais o trabalho que vem sendo realizado. Participou ainda da reunião o coordenador de Direito à Memória e Verdade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Wagner Leite.

Sobre a ossada de Perus
Em setembro de 1990, a Prefeitura de São Paulo exumou de uma vala clandestina no cemitério Dom Bosco, em Perus, sacos plásticos contendo ossadas de pessoas que teriam falecido no início dos anos 70, durante ditadura militar.

GT Perus
O GT Perus é uma equipe multidisciplinar formada por integrantes de governo, além de pesquisadores em várias áreas relacionadas à antropologia forense. O grupo conta com a participação institucional da SDH/MJC, por meio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, e da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, além de pesquisadores da Unifesp.