Coordenação de Direito à Memória e à Verdade apresenta balanço da gestão

O relatório foi apresentado para movimentos, organizações e pessoas que atuam com o tema de memória e verdade em São Paulo

As ações de direito à memória e à verdade realizadas ao longo de três anos na cidade de São Paulo foram apresentadas nesta terça- feira(8) para o Grupo de Trabalho pelo Direito à Memória e à Verdade, pela Coordenação de Direito à Memória e à Verdade (CDMV) da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania(SMDHC). O encontro foi uma reunião de balanço e perspectivas entre poder público, sociedade civil e outras entidades dedicadas ao tema

A apresentação deu destaque a 4 eixos das ações: i) Apoio à identificação de mortos e desaparecidos políticos, ii) Educação em Direito à Memória e à Verdade, iii) Cultura em Direito à Memória e à Verdade e iv) Memória e Cidade. Todas as linhas norteadoras se desdobraram em ações tanto de reparação em relação às violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura civil-militar, como de promoção da cidadania e combate às permanências do autoritarismo nos dias de hoje. O relatório na íntegra pode ser acessado aqui.

“Estamos no final de uma importante etapa da luta pela memória, verdade e justiça na cidade de São Paulo. Nesta gestão, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania avançou em pontos centrais na promoção de políticas públicas, entendendo o direito à memória e à verdade como um direito de todas e todos. Foram três anos de trabalho intenso para marcar na memória coletiva os efeitos nocivos do autoritarismo no conjunto da sociedade”, resumiu Carla Borges, coordenadora da CDMV.

Na apresentação todos os membros da coordenação contaram um pouco sobre os eixos e ações, como, por exemplo, o trabalho de análise das ossadas da vala clandestina de Perus, o programa Ruas de Memória, as formações para educadores da rede municipal de ensino, a exposição das obras do Antonio Benetazzo e a elaboração da cartilha de enfrentamento ao desaparecimento. “O trabalho da cartilha foi muito motivado pelo trabalho com Perus. As mesmas estruturas que criaram a vala permanecem. As pessoas sofrem reiteradas violações no caminho da busca por alguém desaparecido hoje, assim como os familiares de mortos e desaparecidos políticos”, explicou Carla.

O documento também traz o orçamento solicitado para o tema na Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2017, tendo em vista a proximidade das discussões na Câmara Municipal dos Vereadores.