Secretaria lança prêmio para iniciativas de direito à memória e à verdade

O prêmio é uma das recomendações apresentadas pela Comissão de Direito à Memória e à Verdade da Prefeitura de São Paulo

A partir desse ano as ações que se destacarem na promoção e na defesa do direito à memória e à verdade passam a contar com o reconhecimento público da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). O Prêmio de Direito à Memória e à Verdade Alceri Maria Gomes da Silva será concedido a pessoas físicas ou jurídicas e terá sua primeira edição no dia 12 de dezembro, junto com o tradicional Prêmio de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, durante o Festival de Direitos Humanos.

A iniciativa é uma das recomendações da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo, que foram apresentadas em agosto. Esse ano, os ganhadores das homenagens simbólicas serão deliberados pela própria comissão, mas nas próximas edições a iniciativa deverá contar com um júri de especialistas e um edital público para receber indicações.

Além do prêmio principal, a condecoração também inclui duas menções honrosas, uma a pessoa física e outra a pessoa jurídica. Entre os critérios também está a realização de atividades no município de São Paulo, ou tendo a cidade como tema central.

O nome de Alceri Maria Gomes da Silva foi escolhido pela comissão para batizar o prêmio de Memória e Verdade. Mulher, negra, operária, Alceri foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária, a VPR, e foi assassinada em 17 de maio de 1970, oito dias antes de completar 27 anos, quando agentes da Oban invadiram e metralharam a casa onde ela residia, um "aparelho" no Tatuapé. Alceri foi morta com quatro tiros, de acordo com o laudo necroscópico assinado pelos legistas João Pagenotto e Paulo Augusto Queiroz Rocha. Na ocasião, também foi executado Antônio dos Três Reis Oliveira, seu companheiro na VPR.