No adeus a Waldemar Rossi o reconhecimento de sua luta pelos trabalhadores

O militante da causa operária Waldemar Rossi faleceu na noite desta quarta-feira (05)


Foto: Moisés Moraes

Faleceu na noite desta quarta-feira (04), o militante Waldemar Rossi, conhecido pela atuação dentro do movimento operário e no Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica da Capital nos 21 anos da ditadura e nos anos posteriores. Rossi dedicou toda a sua vida ao fortalecimento da luta dos trabalhadores brasileiros por melhores condições de vida e trabalho.

Nascido em Sertãozinho (SP) em 1933, logo que se transferiu para São Paulo ele iniciou sua ação sindical na Juventude Operária Católica (JOC), e em seguida foi membro da Ação Católica Operária (ACO). Em 1974, o militante passou quatro meses preso nas dependências do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

Durante a década de 70, atuou na organização de comissões de fabrica clandestinas e participou ativamente da construção da CUT e do Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica. Em 1980, ele foi o operário escolhido pela Igreja Católica para saudar João Paulo II na primeira visita de um papa ao Brasil. No encontro do pontífice com os trabalhadores brasileiros no estádio do Morumbi, Rossi leu documento que fazia denúncias sobre a situação da classe no país em plena ditadura civil-militar. Nos últimos anos, era ativo militante da Pastoral Operária e do comitê paulista contra a criação da ALCA – Aliança de Livre Comércio das Américas, uma proposta dos Estados Unidos rechaçada pelo governo brasileiro a partir de 2003.

Seu velório foi realizado no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, no Bairro do Tatuapé. Às 14h começou uma missa na Catedral da Sé, celebrada por Dom Algélico Bernardino, bispo aposentado do Belém. Em seguida, o cortejo seguirá até o Cemitério da Vila Alpina, onde o corpo será cremado.

Nota da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

É com pesar que a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) da Prefeitura de São Paulo registra a morte, na noite de ontem (04.05), de Waldemar Rossi, um dos nomes emblemáticos da atuação no sindicalismo e na luta social no Brasil.

Waldemar tem importante trajetória na luta pelos direitos dos trabalhadores, na resistência à ditadura, na militância sindical e na pastoral operária da Arquidiocese de São Paulo.

Seu nome foi, recentemente, indicado como possível homenageado para o 3º. Prêmio Municipal de Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns da Cidade de São Paulo, dentro de uma lista de 18 indicações populares que concorrem à homenagem pública em 2016.

Neste momento de seu falecimento, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, e os Conselheiros de Educação em Direitos Humanos (Margarida Genevois; Moacir Gadotti; Maurício Piragino; Vera Masagão; José Sérgio Fonseca Carvalho; Paulo Vannuchi; Maria Victória Benevides; Marco Antonio Barbosa; e Flávia Inês Schilling), manifestam seu reconhecimento à personalidade, ao trabalho e à história de vida e lutas de Waldemar Rossi e a seus familiares.