Prefeitura finaliza transferência das Ossadas de Perus para laboratório da Unifesp

Com o transporte das últimas 614 caixas, todos os restos mortais encontram-se em local seguro e condições adequadas de conservação

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) da Prefeitura de São Paulo concluiu o translado das ossadas encontradas na Vala Clandestina de Perus. As ossadas estão agora no Centro de Arqueologia e Antropologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (CAAF/Unifesp). 

Parte delas já havia sido levada do Ossário Geral do Cemitério do Araçá para o CAAF, em setembro de 2014. Uma segunda parte, com 614 caixas, foi transladada em agosto de 2015 para instalações do Ministério Público Federal. Com esse terceiro transporte, todas as caixas se encontram reunidas no laboratório da Unifesp.

No total foram transportadas 1025 caixas, guardadas em nichos ou sepulturas. Os materiais foram encontrados na vala clandestina do Cemitério Dom Bosco, em Perus, em 1990 e, desde 2002, estavam alocados no Ossário Geral do Cemitério do Araçá à espera de definições quanto à retomada da identificação.

As últimas caixas transferidas haviam sido levadas, em caráter provisório, do Cemitério do Araçá para a sala-cofre do edifício-sede da Procuradoria Regional da República 3ª região, tendo em vista a melhoria das condições de segurança e a conservação do material.

O traslado de agora ocorreu após a recente conclusão da reforma da sala de acondicionamento do laboratório do CAAF/Unifesp. Com isso, todos os restos mortais estão armazenados em local seguro e dotado de condições técnicas adequadas para a conservação do material.

O trabalho realizado no último sábado é resultado de esforços interinstitucionais, coordenados pela SMDHC, envolvendo o Serviço Funerário Municipal de São Paulo (SFMSP), Polícia Federal (PF), Guarda Civil Metropolitana (GCM), Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ministério Público Federal (MPF), Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (MMIRDH) e Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).

Com a finalização do transporte das ossadas as equipes formadas por arqueólogos, antropólogos forenses e peritos oficiais, realizarão as análises do material, em local tecnicamente apropriado e seguro.