No próximo sábado (12), a partir das 8h, o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, localizado em frente ao Portão 10 do Parque Ibirapuera, será o ponto de partida da corrida em homenagem a Manoel Fiel Filho.

Realizada pelo jornalista, escritor e maratonista Rodolfo Lucena, a Corrida por Manoel destaca locais que marcaram a trajetória desse militante assassinado pela ditadura militar, bem como de outros locais simbólicos para a luta de resistência contra o regime.

O evento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), por meio da Coordenação de Direitos à Memória e à Verdade, além de outras entidades. O secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, acompanhará o maratonista ao longo dos 3 km de corrida.

Operário metalúrgico, Manoel Fiel Filho foi assassinado há 40 anos, após sessões de tortura, por agentes da repressão no DOI-CODI de São Paulo. A versão oficial alegava que Manoel havia cometido suicídio, apesar das evidências de que havia sido brutalmente assassinado.

O projeto é composto por 40 dias de corridas por percursos significativos para a vida e a morte do operário, passando por marcos simbólicos da repressão e da resistência nesse período, entre os quais o DOI-CODI, o Sindicato dos Metalúrgicos e o Memorial da Resistência, antigo prédio do DEOPS.

Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos
Manoel é um dos 436 nomes estampados no Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos. A obra foi instalada pela SMDHC, em 2014, em frente ao Portão 10 do Parque Ibirapuera, para homenagear todos os que perderam suas vidas na luta de resistência contra o regime autoritário. O monumento é também uma forma de utilizar os espaços públicos para a preservação da memória histórica e estimular a reflexão sobre os significados e impactos desse período.

Lugares de Memória
Um dos objetivos centrais da Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC, o programa Lugares de Memória (conheça abaixo as ações que compõem o programa) procura dar visibilidade a locais da cidade que foram palco de relevantes acontecimentos históricos, como forma de promover a consciência política e a construção da memória coletiva e social.

Ademais, o Programa também visa à promoção de marcos e lugares de memória que simbolizem, no espaço público, a luta pelos direitos humanos e pela democracia. Tais ações são particularmente relevantes ao considerar-se que a ditadura militar imprimiu fortemente sua ideologia e diretrizes no espaço público, interferindo autoritariamente em locais simbólicos para a resistência popular e promovendo intervenções urbanas restritivas, consonantes ao regime.

Mais sobre o programa Lugares de Memória

Para além da construção do Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos, também compõem o programa Lugares de Memória os seguintes projetos:

• Aconteceu Bem Aqui, com mini-documentários sobre locais simbólicos como a Praça da Sé, DOI-CODI, Maria Antonia, Cemitério de Perus e Presídio Tiradentes. Veja aqui

• Memórias Resistentes, Memórias Residentes, lançamento de publicação em parceria com o Memorial da Resistência, sobre os lugares de memória da repressão e da resistência durante a ditadura

• Ações de memorialização em cemitérios, como parte do programa Memória & Vida do Serviço Funerário, com a instalação de marcos simbólicos nos cemitérios onde foram ocultados, clandestinamente, corpos de vítimas do regime autoritário, como o Cemitério Dom Bosco, em Perus, e o Cemitério de Vila Formosa.

Com essas ações pretende-se criar marcos para enaltecer a memória das vítimas e, ao mesmo tempo, contribuir para compartilhar o conhecimento sobre as atrocidades perpetradas na época e seus legados no presente, para que tais violações jamais voltem a se repetir.

 

Corrida por Manoel
Dia 12/3, a partir das 8h
Saída em frente ao Portão 10 do Parque Ibirapuera
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n