Peritos do Grupo de Trabalho Perus se reúnem para padronizar procedimentos em antropologia forense

Curso de nivelamento visa otimizar o trabalho de análise dos restos mortais encontrados na vala clandestina de Perus

Entre os dias 4 e 9 de maio, peritos do Grupo de Trabalho Perus (GTP), que trabalham na análise dos restos mortais encontrados na vala clandestina do Cemitério de Perus, participam do Curso de Nivelamento em Antropologia e Arqueologia Forense. As aulas serão realizadas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O curso tem o apoio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

A formação visa a padronização da metodologia utilizada nos trabalhos, bem como o controle de qualidade e otimização dos resultados das análises antropológicas dos restos mortais pelo GTP. Ele é voltado para peritos que já possuem experiência em antropologia forense, dentre eles arqueólogos e antropólogos vinculados a universidades e à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, médicos-legistas e odonto-legistas vinculados à perícia oficial dos Institutos de Medicina Legal.

O curso de nivelamento é um pré-requisito e uma etapa fundamental para o perito integrar a equipe do GTP e participar das análises dos restos mortais. Entre as atividades previstas estão discussões sobre paradigmas, aplicações e o uso da ciência forense em contextos de violações de direitos humanos, aulas sobre traumatismos ósseos e visita ao Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF).

A Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania avalia que o conhecimento apreendido com a prática do GTP que está sendo transmitida na formação contribuirá não só para o sucesso da identificação das ossadas da vala de Perus, como também para o reconhecimento de outras vítimas de mortes violentas não identificadas, seja do período da ditadura civil-militar, seja no período democrático.

A retomada das análises das ossadas de Perus é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência (SDH/PR), a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (SMDHC-SP) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).