O Ossário-Geral do Cemitério Araçá foi vandalizado na madrugada deste domingo, dia 3, menos de 24 horas depois do Ato Inter-religioso realizado pelo Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça em parceria com diversas outras instituições que atuam no tema em São Paulo, com o apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (saiba mais).

O ato vem sendo realizado anualmente em todos os feriados de Finados e tem como objetivo homenagear as pessoas que lutaram pela democracia e que sofreram violações aos direitos humanos durante esse período.

O Ossário-Geral do Cemitério do Araçá abriga 1.049 ossadas encontradas em uma vala clandestina no Cemitério D. Bosco, em Perus, entre as quais possíveis despojos de mortos e desaparecidos políticos e vítimas do Esquadrão da Morte. Os restos mortais aguardam a retomada do processo investigativo.

Na manhã deste domingo, seria inaugurada no Ossário-Geral a exposição ‘Penetrável Genet’, dos artistas Celso Sim e Anna Ferrari, como parte da 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo. A violação, que danificou parte da intervenção artística, foi descoberta por funcionários do Cemitério Araçá no início da manhã, horas antes da abertura da exposição. Os nichos onde estão armazenados os restos mortais provenientes da vala clandestina de Perus permanecem intactos. Além do Ossário-Geral, também foram vandalizadas quatro estátuas que ornam túmulos da Avenida Um.

O Serviço Funerário Municipal acionou a Polícia Civil que esteve no local e realizou perícia técnica. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Coordenação de Políticas pelo Direito à Memória e à Verdade, acompanhará as investigações.

A abertura da exposição ‘Penetrável Genet’ foi transferida para a próxima terça-feira, dia 5.

 

Exposição Penetrável Genet – Experiência Araçá
Av. Dr. Arnaldo, 666 (próximo ao Metrô Clínicas)
De 5/11 a 15/12, de terça-feira a domingo
Sessões às 12h, 13h, 14h, 15h, 16h. Limite de 15 pessoas por sessão
Entrada livre e gratuita