Alexandre Vive!

Alexandre Vannuchi Leme foi morto no dia 17 de março de 1973, no DOI-CODI, órgão subordinado ao Exército e criado para combater os opositores do regime militar. Na semana em que se completam 40 anos de sua morte, ele foi finalmente reconhecido pelo Estado brasileiro como anistiado político. Em virtude desse reconhecimento, a Comissão da Verdade de São Paulo, com a participação de dezenas de entidades e o apoio da Secretaria de Direitos Humanos e da Cidadania e da Secretaria da Cultura de São Paulo, promoveram "Alexandre Vive!" -- uma homenagem a alguém que lutou para que a democracia que hoje vivemos fosse realidade no Brasil. Confira, abaixo, o histórico do caso e os principais momentos dessa bela homenagem.

Como parte das atividades da Comissão da Verdade, por ocasião do Dia Internacional da Verdade (24 de Março), a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania apoiou as ações do evento coletivo "40 anos depois, Alexandre Vive". A importância da lembrança se deve a que, na semana em que se completam quarenta anos após a sua morte pela ditadura militar, Alexandre será finalmente reconhecido pelo Estado brasileiro como anistiado político.

As atividades desse evento começaram dia 14 de março, com o show "Conversação de Paz", no Centro Cultural São Paulo. Nesse show, o compositor Sérgio Ricardo apresentou canções emblemáticas da resistência à ditadura no País, relembrando as também quatro décadas passadas desde que um concerto de mesmo nome, com direção de Renato Rocha, estreou no Rio de Janeiro (1972) e depois circulou pelo país.Confira o discurso (no formato PDF) de abertura do show, por Maria Auxiliadora Arantes, a "Dodora". 

No dia seguinte (15), ocorreu a missa em homenagem ao estudante Alexandre, celebrada pelo bispo emérito Dom Angélico Sândalo Bernardino na Catedral da Sé, Centro de São Paulo. Dentre as diversas autoridades presentes ao evento, cabe destacar o Prefeito, Fernando Haddad, o Secretário Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, a Ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e Maria Rita Kehl, psicóloga integrante da Comissão Nacional da Verdade.

> Saiba mais: Portal da Prefeitura Municipal de São Paulo [link]

 

Histórico do Caso

Alexandre era estudante de Geologia da Universidade de São Paulo (USP) e militava no movimento estudantil. Aprovado em primeiro lugar nos vestibulares, ativo participante da vida universitária, querido pelos colegas, representante oficial dos alunos na Congregação do Instituto de Geociências, tinha 22 anos. Foi morto porque atuava, na universidade, pela volta da democracia no Brasil.

Entre março e agosto daquele ano, 44 estudantes da universidade foram presos, muitos deles torturados e Ronaldo Mouth Queiróz, outro estudante da Geologia, também foi morto. A ditadura militar estava em seu nono ano. Alexandre foi enterrado em uma vala para indigentes, no Cemitério de Perus. Os responsáveis pela sua morte no DOI-CODI forjaram uma versão para o assassinato -- a de que ele teria tentado fugir e sido atropelado por um caminhão. Os jornais da época publicaram a versão forjada, assim como a acusação, falsa, de que Alexandre fazia parte da luta armada.

 

PROGRAMAÇÃO

Alexandre Vive!

14 de março, quinta-feira
Show "Conversação de Paz"
com Sergio Ricardo e convidados
Centro Cultural São Paulo
Estação Vergueiro do Metrô
19 horas

 

15 de março, sexta-feira
- 12 horas
Comissão de Anistia do Ministério da Justiça
68a. Caravana da Anistia
Ato Oficial de Reconhecimento pelo Estado brasileiro de Alexandre Vannuchi Leme como anistiado político
Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo

- 18 horas
Missa na Catedral da Sé
Celebração presidida por D. Angélico Sândalo Bernardino