Zoneamento ajudou a manter empregos industriais na cidade de São Paulo

Estudo realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano indica um aumento de 20 mil empregos na última década nas Zonas Predominantemente Industriais (ZPIs)

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) através do Departamento de Produção e Análise de Informação (DEINFO) realizou um estudo sobre o desenvolvimento das indústrias instaladas nas Zonas Predominantemente Industriais (ZPIs) em São Paulo. O resultado indica um aumento de 20 mil empregos nessa região na última década, passando de 66 para 86 mil. Um crescimento superior à média da indústria no município: de 2,38% ao ano contra 1,62% ao ano.

O estudo trabalhou com duas questões. A primeira delas referente à avaliação da importância do zoneamento industrial como instrumento de estímulo ao setor produtivo. Em geral, observou-se que a ZPI cresceu no ramo da Indústria de Transformação a taxas mais altas que o município e que as Zonas Mistas, tanto no quesito emprego como estabelecimentos.

Os dados por subsetor reforçam esse resultado, mas mostram que maiores ganhos se dão em atividades tais como indústria de madeira e mobiliário, produtos alimentícios e mecânica. O que comprova que a indústria foi de fato preservada e estimulada na ZPI.

Por outro lado, a taxa de crescimento anual de estabelecimentos do subsetor comércio na ZPI é três vezes maior do que no subsetor indústria de transformação, o mesmo ocorrendo nas taxas de emprego. O ramo que compõem com mais força a elevação dessa taxa é comércio atacadista, que cresceu em 4,8% sua participação no total de empregos, demonstrando que ao longo destes 11 anos vem ocorrendo uma mudança no perfil da ZPI com o crescimento do setor terciário.

Com relação à Zona Mista (ZM), o foco da análise teve como pauta o que mudou entre 2000 e 2011. No início do trabalho verificou-se que, no ano 2000, a ZM ofertava um maior número de empregos na indústria de transformação do que a ZPI. Já em 2011, essa relação se inverte, a ZM cresce no ramo indústria a taxas bem menores que a ZPI e maiores nos setores comércio e serviços.

Quanto aos subsetores da indústria concluiu-se que o perfil assemelha-se ao da ZPI e que não ocorreu uma desvalorização significativa dessa atividade. O resultado se confirma ao verificar que a quantidade de perímetros de ZM que apresentam taxas anuais de crescimento positivo na atividade industrial são maiores que as ZPIs. Pode parecer contraditório, mas ao mesmo tempo denota um fenômeno interessante: a ZM perde indústria, mas as que se mantém, estão ativas e produtivas.

O uso residencial vem avançando fortemente na ZM e como a perda de terrenos vagos não é significativa, os novos empreendimentos se implantam em terrenos ocupados por galpões. Os novos condomínios ocupam grandes terrenos, muitas vezes acima de 1 hectare (ha), impactando seriamente a infraestrutura local, principalmente o sistema de circulação e a oferta de espaços públicos.

Não existem planos de reestruturação dessas áreas e o que cresce são os usos residenciais verticais e serviços pessoais. Conclui-se, portanto, que nas antigas Z6 transformadas em ZMs, não está se conformando um tecido urbano diversificado que possa promover uma multiciplidade de funções.

Reforça-se o importante papel da indústria na ZM e ZPI por sua contribuição para uma economia local e regional e sugere-se maior integração, novas propostas de desenho urbano e valorização dos espaços públicos e coletivos relacionados aos usos comércio e serviços e habitação.

O Plano Diretor e o desenvolvimento econômico da cidade
Entre as estratégias para o desenvolvimento econômico da cidade está a consolidação de propostas que reequilibrem a distribuição de emprego na cidade como a definição de Polos Estratégicos de Desenvolvimento Econômico em regiões com baixo nível de emprego, o estabelecimento de Polos de Economia Criativa para o fomento e desenvolvimento de atividades produtivas, e de Parques Tecnológicos, que são áreas voltadas para a produção de conhecimento e de complexos empresariais de desenvolvimento econômico e tecnológico

Parques Tecnológicos
Definição de Parques Tecnológicos com o objetivo de ampliar as oportunidades de desenvolvimento urbano por meio de incentivo aos usos voltados à produção de conhecimento e da instalação de complexos empresariais de desenvolvimento econômico e tecnológico. Foram estabelecidos o Parque Tecnológico Jaguaré e Parque Tecnológico Leste.

Polos Industriais e de Desenvolvimento Econômico
Estabelecimento de áreas para proteção das áreas industriais em funcionamento - Zona de Proteção Industrial (ZPI), e para estímulo à modernização e expansão de atividades compatíveis com as novas condições territoriais e produtivas do município - Zona de Desenvolvimento Econômico (ZDE).

Para conferir o estudo completo, acesse a página dos Informes Urbanos clicando aqui.