Arco do Futuro

O Arco do Futuro é um território estratégico para alterar o modelo de desenvolvimento urbano de São Paulo em direção a uma cidade mais equilibrada dos pontos de vista urbanístico, ambiental, econômico e social. Seu perímetro combina três elementos estruturantes no processo de formação da cidade: os dois principais rios – Pinheiros e Tietê, que drenam as principais bacias hidrográficas; a existência das ferrovias, que determinaram a localização das estruturas produtivas ao longo dos séculos XIX e XX, e a presença de antigas áreas industriais, cuja reestruturação abre espaço a um novo aproveitamento pela cidade.

Tais condições devem ser repensadas à luz dos novos ciclos de desenvolvimento. Uma nova conformação deve ser orientada para este território: os terrenos fabris subutilizados devem dar lugar à construção de moradias, atendendo sobretudo a demanda de habitação de interesse social e de mercado popular, e aos novos usos produtivos em função de uma nova geografia
econômica e novos requisitos de localização; o sistema ferroviário, cada vez mais voltado ao transporte de passageiros, precisa se articular aos outros sistemas de mobilidade local e metropolitana, incluindo corredores de ônibus, metrô e ciclovias; e as águas e parques, mediados por espaços públicos qualificados, devem se aproximar da vida cotidiana da cidade e, também, mitigar problemas de drenagem urbana e de aquecimento da atmosfera (ilhas
de calor).

O adequado aproveitamento desse território marca uma estratégia de longo prazo para São Paulo. Sua viabilização, entretanto, precisa ser encaminhada desde logo para que não se percam as oportunidades de desenvolvimento ordenado da cidade. Nesse sentido, dois conjuntos de estratégias precisam ser encaminhados. Em primeiro lugar, com vistas à ordenação desse espaço, é fundamental regular a sua transformação, ensejada nos planos e projetos urbanos, para que a produção privada seja uma aliada das estratégias desejadas. Em segundo lugar, é preciso ordenar as ações de governo para que os investimentos públicos na cidade sigam o novo modelo de
desenvolvimento urbano. As metas agrupadas nesta articulação territorial marcam, portanto, a conexão de um modelo de longo prazo com o conjunto de ações que serão desenvolvidas no período 2013-2016.

O Arco do Futuro pretende articular processos de transformação urbana de escala macrometropolitana e metropolitana à mobilidade e acessibilidade de escala local, mediante, por exemplo, a articulação de infraestruturas de mobilidade como linhas de trem da CPTM, avenidas expressas e rodovias. Busca-se promover a qualificação desses eixos, hoje barreiras urbanas e meios de deslocamento e passagem, convertendo-os em centralidades lineares e destinos. Ao mesmo tempo, verifica-se a necessidade de expansão desses sistemas, com destacada prioridade ao desenvolvimento da rede de transporte público. Embora não localizadas integralmente no Arco, as metas de construir 150 km de novos corredores de ônibus e implantar horário de funcionamento 24 horas no transporte público municipal, potencializarão a sua articulação com a cidade e facilitarão sua conexão com áreas com menores índices de emprego por habitante. Da mesma forma, ganha destaque a implementação de diretrizes relativas à mobilidade local, que se traduz principalmente na implantação de 400 km de ciclovias, com sinalização, estacionamento e sistema de empréstimo e de passeios públicos adequados, acessíveis e qualificados. O desenvolvimento de um sistema de mobilidade que articule diversos modais de transporte, permitindo deslocamentos locais e metropolitanos, viabiliza seu melhor aproveitamento, a partir do adensamento de população e empregos.

Para alcançar a desejada qualificação do território do Arco do Futuro e a necessária redução das desigualdades socioterritoriais do município, é imprescindível a diversificação de usos e a adoção de políticas públicas que aproximem moradia e emprego. Dessa forma, parte da meta de produção de unidades habitacionais de interesse social e mercado popular do município será dirigida ao Arco do Futuro. O adensamento pretendido não se restringe à população residente, mas inclui também o aumento da oferta de emprego para que se obtenha redução da distância média de deslocamento diário da população e, consequentemente, dos congestionamentos. Para tanto, destaca-se uma série de iniciativas que almejam a dinamização econômica e das oportunidades de desenvolvimento profissional, como a adoção dos programas de incentivos da Zona Leste e o apoio à implantação de instituições de ensino por meio da doação de terrenos para sua construção, como a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).

Os espaços públicos de lazer e convivência, a proximidade e o acesso aos recursos naturais (áreas verdes, rios e córregos) são inquestionavelmente benéficos à população e ao meio urbano. No Arco do Futuro, esses elementos aparecem de forma destacada e em diversas escalas: em uma escala ampla, que articula dois importantes patrimônios ambientais do município – as represas Guarapiranga e Billings e o Parque Ecológico do Tietê; na escala local, além da realização de obras de melhoria da drenagem urbana, propõe-se revelar córregos afluentes dos rios Pinheiros e Tietê, aproximandoos do cotidiano da população, por meio da associação entre o tratamento das calhas dos rios e a implantação de parques lineares e espaços públicos qualificados.

Saiba mais:
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