Objetivos
- Reunir artistas, pesquisadores acadêmicos, gestores, pensadores da cultura , jornalistas e ativistas para fazerem uma aprofundada reflexão sobre a arte produzida nas periferias urbanas do Brasil.
- Fazer um balanço da produção acadêmica sobre o tema e contribuir para a articulação de um campo de estudos especializado.
- Influenciar as políticas públicas voltadas à difusão e fomento da arte em regiões periféricas.
- Constituir uma rede de pessoas e organizações que mantenham o debate permanente sobre o tema.
- Produzir conhecimento sobre a arte produzida nas periferias urbanas e difundir essa produção por meio da Internet e publicações impressas.
Pretende-se não mais discutir a cultura de periferia apenas como fenômeno social . Este debate já está colocado há algum tempo. Não se trata mais de reconhecer a cultura das periferias e sim de investigar essa produção cultural pelo seu valor artístico.
A primeira década do Século XXI marcou a consolidação da cultura de periferia. O contexto dos anos 1990 no qual o movimento hip hop, de forma isolada , levantava a bandeira da valorização da periferia , mudou. Nos últimos 10 anos o samba ressurgiu nas favelas e comunidades, saraus de poesia surgiram por toda a periferia, grupos de dança, teatro, vídeo e música passaram a viabilizar seus projetos com o apoio de políticas públicas como os pontos de cultura, PROAC ( SP ) e o VAI – Valorização de Iniciativas Culturais da Prefeitura de São Paulo. Tudo isso fortaleceu o movimento cultural periférico a ponto de ser possível em 2011 fazer um balanço dessa produção artística tomando como critério de observação a estética que ela apresenta.
O lugar social no qual é produzida a arte confere a esta, uma determinada estética? Há inovações artísticas na produção cultural das periferias? Ou os artistas de quebrada reproduzem uma arte estabelecida pela Indústria Cultural? Se há inovações, ela está presente em todas as linguagens? Periferia é Periferia em qualquer lugar, expressão cunhada pelo rapper GOG e difundida pelos Racionais MC’s nos anos 1990 tem a mesma repercussão nos dias de hoje? A diversidade também está presente nas periferias?
Essas e outras questões foram discutidas no Seminário que se baseou na produção acadêmica dos últimos 10 anos. Levantamentos feitos pelo PACC - Programa Avançado de Cultura Contemporânea UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro e pelo NAU- Núcleo de Antropologia Urbana da USP – Universidade de São Paulo, serviram de subsídio para organização das mesas. Também levou-se em consideração os resultados do Seminário e Exposição Estética da Periferia – diálogos urgentes realizado em maio de 2007 em Recife, com idealização de Heloisa Buarque de Holanda, Eva Doris e Gringo Cardia, bem como do Encontro Rap Rep e o Encontro da Diversidade, ambos promovidos pela antiga SID - Secretaria da Identidade e Diversidade do Ministério da Cultura em 2007 e 2010 respectivamente e a Exposição Puras Misturas do Pavilhão das Culturas Brasileiras, entre outras iniciativas.
Histórico
O evento que faz parte das estratégias do Pontão de Cultura – Cultura de Periferia Arte e Mobilização Social conta com a parceria do Centro Avançado de Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Núcleo de Antropologia Urbana da Universidade de São Paulo e da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, através do Pavilhão das Culturas Brasileiras e do Programa VAI – Valorização de Inciativas Culturais. A iniciativa conta também com o apoio do SESC SP e do Ministério da Cultura por meio da recém criada Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, órgão responsável pelos Pontões e Pontos de Cultura, além da Secretaria de Política Cultural.