Caso você pense que errou de endereço e entrou em uma igreja em vez da Biblioteca Mário de Andrade (BMA), não se preocupe, você está no lugar certo. As numerosas esculturas e imagens religiosas exibidas no hall de entrada, no saguão e na sala oval fazem parte da exposição Arte Sacra XVII-XXI, em cartaz até dia 10 de dezembro.

A mostra dá continuidade à atual política administrativa da BMA de diversificar suas atividades e atrair um maior número de frequentadores. São 23 esculturas sacras, produzidas entre os séculos XVII e XIX, além de dois retábulos (estruturas ornamentadas que ficam atrás ou acima do altar) e mais 16 obras contemporâneas com tema sacro, do fim do século XX e início do XXI, assinadas por artistas como Daniel Senise, Fulvio Pennacchi, Farnese de Andrade, Vik Muniz, Guy Veloso, Siron Franco, José Rufino e Mário Cravo Neto.

A exposição é uma oportunidade a mais para que o público possa ver arte sacra fora de seu ambiente habitual, como igrejas e museus. “Nada mais natural que seja numa biblioteca, pois os temas religiosos representados nessa arte eram divulgados pela Igreja por meio das ilustrações dos livros, das gravuras, inspirando os artistas e suas obras”, afirma Charles Cosac, curador da mostra e diretor da BMA.

Parceria
Cosac frisa que a realização da exposição só foi possível graças à generosidade de um amigo baiano, Itamar Musse. “Ele partilha agora com o público sua fabulosa coleção de imagens sacras dos séculos XVII ao XIX”. Filho e neto de santeiros, Musse, há anos, exerce a profissão de antiquário, o que lhe propiciou o acervo agora exposto na BMA. O curador lembra também do apoio recebido das galerias Millan e Nara Roesler, além dos artistas plásticos que, sem qualquer ônus, cederam seus trabalhos para a mostra.

Por Gilberto De Nichile

Serviço: Biblioteca Mário de Andrade. R. da Consolação, 94, Consolação. Próximo da estação Anhangabaú do metrô. Centro. | tel. 3775-0002. Até dia 10/12. 2ª a dom., das 8h às 19h. Grátis