Rincon Sapiência faz série de shows no Circuito Municipal de Cultura

Entre os dias 16 de setembro e 22 de outubro, o rapper faz seis apresentações em casas de cultura e centros culturais

Foi em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, que, quando criança, Danilo Albert Ambrósio foi apresentado ao rap por meio de seu irmão mais velho. Aos 15, os dois, com o apoio de amigos da rua e da escola, montaram uma banda de garagem. Desde então, Danilo segue escrevendo poesias e rimas e hoje é reconhecido no mundo do rap como Rincon Sapiência.

O artista faz seis apresentações em casas de cultura e centros culturais entre os dias 16 de setembro e 22 de outubro, integrando a programação do Circuito Municipal de Cultura. O repertório conta com músicas como “Galanga Livre”, “Crime Bárbaro” – que narra a história do escravo Galanga, que matou o seu senhor de engenho, desencadeando uma rebelião na senzala –, e “Ponta de Lança”, poesia transformada em canção.

Consagrando o cenário do rap nacional independente desde os anos 2000, Rincon viu sua trajetória dar um salto em 2009 com o lançamento do single “Elegância”. Com letras poéticas e rimas que abordam a consciência e a valorização da afrodescendência no Brasil contemporâneo, o rapper lançou seu primeiro disco, “Galanga Livre”, em junho desse ano. “Desde a capa do disco até as músicas, o ‘Galanga Livre’ é uma síntese de quem sou. A arte conta muito sobre meu personagem e vice-versa”, explica.

Outra característica que torna os versos e batidas do cantor singulares é a exaltação da valorização de ser um Mestre de Cerimônia (MC), uma de suas identidades. “A importância do MC é a responsabilidade de se estar com o microfone, de articular rimas, causar os mais diversos efeitos e reações com as palavras. A partir do momento em que o interesse maior gira em torno do que o rapper vive, come, veste, fuma e não sobre sua habilidade de se fazer rap, a magia do MC se apaga”, afirma.

Com toda a humildade, o artista diz que o rap nacional não é um salvador de vidas, porém acredita que a referência pode fazer toda a diferença. “O jovem que descobre que Manicongo era o nome que se davam aos reis no Império do Congo, pode descobrir ainda mais coisas a partir disso e fazer uma pesquisa ainda maior do que a minha. Já ouvi garotas dizerem que passaram a usar o cabelo natural a partir da ‘Ponta de Lança’. Acredito que o rap brasileiro não é o messias da nossa música, mas contribui demais nesses detalhes”, finaliza.