Musical "Agnaldo Rayol - A Alma do Brasil" chega a São Paulo

Indicado a prêmios no Rio de Janeiro, espetáculo estreia dia 4 de agosto no Teatro Arthur Azevedo

“Ao ver a sua vida retratada no musical que leva o seu nome, Agnaldo Rayol, um cantor veterano, não resistiu: chorou do começo ao fim da apresentação”, quem conta isso é o ator e também cantor Marcelo Nogueira, protagonista de “Agnaldo Rayol - A Alma do Brasil”, espetáculo que foi sucesso no Rio de Janeiro e que agora chega a São Paulo, no Teatro Arthur Azevedo, a partir do dia 4, a preços populares. 

“Para interpretar o Agnaldo, realizei uma pesquisa de quase três anos, na qual uni a admiração que tenho por ele e minha paixão pelas canções das décadas de 50, 60, 70 e 80”, diz Nogueira.

 “Ouvi todos os seus discos, li tudo que encontrei sobre ele nas revistas e jornais da época, assisti aos filmes dos quais participou e tive acesso a gravações de seus programas na televisão. Com todo esse material em mãos, procurei o Rayol para falar-lhe do projeto de montar um musical em sua homenagem. Ele não só adorou a ideia, como ainda me cedeu vídeos, áudios e documentos bibliográficos que tinha em sua casa”. A partir daí, Nogueira começou a desenvolver o personagem, estudando a forma como ele canta e fala, seus gestos e sua postura no palco. “Até ajudou o fato de eu ser parecido fisicamente com ele (é o que dizem). A única diferença é que eu sou tenor e o Agnaldo é barítono, por isso tive que adaptar minha voz ao tom da dele.” 

O espetáculo
Com direção de Roberto Bomtempo e texto de Fátima Valença, o espetáculo não se preocupa simplesmente em contar a história de Agnaldo Rayol de forma cronológica, mas passeia pela trajetória do cantor nos palcos e na vida, permeando passagens de sua infância, juventude e fase adulta.
No elenco, além de Marcelo Nogueira, estão mais três atores-cantores: Stella Maria Rodrigues, Mona Vilardo e Fabrício Neri. Em cena, eles se revezam em personagens que tiveram importância na vida de Rayol, entre eles a apresentadora Hebe Camargo, o comediante Renato Côrte Real, o radialista Renato Murce e os cantores Erasmo Carlos, Angela Maria, Lana Bittencourt e Wanderléa. 
Os cenários e figurinos de Felipe Lourenço procuram se amoldar às épocas abordadas e, em telões ao fundo, são exibidos vídeos sobre as diversas fases da carreira do cantor. Com acompanhamento do duo formado por Cristina Bhering (piano e bateria) e Luciano Correa (violoncelo), vinte e três sucessos gravados por Rayol estão no musical, entre eles “A Praia”, “Serenata do Adeus”, “O Princípio e o Fim” e “Estrada do Sol”. 
Em 2014, quando estreou no Rio de Janeiro, o espetáculo foi indicado a cinco prêmios: Melhor Ator, Atriz e Direção de Musical (Cesgranrio de Teatro), Melhor Espetáculo pelo júri popular (Fita de Teatro) e Melhor Atriz Coadjuvante (APTR de Teatro). É bom deixar bem claro que Agnaldo Rayol não participa da apresentação.

Agnaldo Rayol
Agnaldo Rayol nasceu em 1938, no Rio de Janeiro, em Bonsucesso, zona norte da cidade e vizinho a Olaria, bairro de origem de Marcelo Nogueira. Aos 5 anos, começou sua carreira de cantor, na Rádio Nacional, no progama “Papel Carbono”, de Renato Murce. Desde então, não parou mais. Com sua voz potente, no início, foi na cola dos grandes cantores da década de 50, como Vicente Celestino e Francisco Alves. Com o surgimento da Bossa Nova, passou a transitar pela nova onda, sem abrir mão de seu estilo romântico. Foi contratado da Rádio Tupi, teve programas próprios nas TVs Record e Cultura, atuou em filmes e novelas e gravou muitos discos. Sua interpretação antológica da “Ave Maria”, de Gounod (presente no musical), o transformou no queridinho dos casamentos sofisticados. Em 2018, Agnaldo Rayol completa 80 anos e 75 de carreira.      

Apresentações:
| Teatro Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca, Zona Leste | tel. 2604-5558. De 4/8 a 3/9. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. R$ 20.