Peça estrelada por Fulvio Stefanini abre temporada 2017 do Teatro Paulo Eiró

“O Pai” fica em cartaz de 24 de março a 9 de abril

Marcando a reinauguração do Teatro Paulo Eiró, o espetáculo “O Pai”, dirigido por Leonardo Stefanini, ganha curta temporada a partir do dia 24 de março. Adaptação da peça francesa de mesmo nome, escrita por Florian Zeller, a montagem traz Fulvio Stefanini no papel principal, pelo qual foi indicado ao 29º Prêmio Shell de Melhor Ator. É a primeira vez que Leonardo dirige o próprio pai em um espetáculo. 

O texto conta a história de um senhor idoso que está começando a perder a memória, e fala também sobre o relacionamento dele com a filha. Ao contrário da adaptação para o cinema, dirigida por Philippe Le Guay, intitulada “A Viagem de Meu Pai”, a peça se desenrola do ponto de vista do velho. Segundo o diretor, isso faz com que o espetáculo tenha uma completa harmonia entre forma e conteúdo. “Não é uma historia que você apenas senta e assiste”, afirma Leonardo. “Ela faz com que o público se sinta na pele do protagonista, de modo que o espectador também faz as mesmas confusões do protagonista”. Esse efeito é criado a partir de recursos teatrais, como a troca de atores para realizar um mesmo personagem. “Assim, nem o pai, e nem o público, reconhecem quem é aquela pessoa”, complementa o diretor. 

Completando 60 anos de carreira, Fulvio pode ter encontrado um dos seus papéis mais desafiadores. “A peça é ambientada na França, a minha família é de descendência italiana. Então, essas diferenças culturais foram muito difíceis para o meu pai que é, essencialmente, um italianão”, explica Leonardo. Sendo assim, o trabalho foi menos de trazer elementos da relação de pai e filho para os palcos e mais de perseguir um universo bastante diferente do deles. “Mas é difícil, porque invariavelmente acabava me colocando na situação retratada, por se tratar de uma dinâmica de pai e filho”, afirma. “Isso mexeu muito comigo, mas, ao mesmo tempo, é uma experiência muito divertida e um grande aprendizado”.  

Para o diretor, trabalhar com interpretações mais econômicas, em um registro quase cinematográfico, também é um desafio. Entretanto, essa escolha é necessária para a construção do suspense da peça. “Ele acontece quando os atores chegam ao hiper-realismo das suas interpretações”, explica. “É a quarta parede [ideia de que uma parede separa o público do palco, sem a interação de atores com a audiência] elevada à máxima potência”. 

Serviço: Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró. Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro. Zona Sul. | tel. 5546-0449 e 5686-8440. De 24/3 a 9/4. Sex. e Sab., 20h. Dom., 19h. R$30 (inteira) R$15 (meia). 12 Anos.