Espetáculo infantil explora a liberdade

"Moinhos e Carroséis" segue em temporada até dezembro

O passado, o futuro e a fantasia que chegaram aos palcos no musical “Moinhos e Carrosséis”, escrito por José Geraldo Rocha e encenado pelo Grupo Pasárgada em 1989, encantarão o público novamente, a partir do dia 5, no Teatro Municipal Cacilda Becker. Para celebrar os 45 anos da companhia, o premiado espetáculo é reencenado, agora sob a direção de Débora Dubois.

Sem perder a essência do original, o musical ganha uma nova montagem. “Na época em que o texto foi escrito, muitas coisas não eram ditas e sim subentendidas. Hoje em dia, ele ganha uma dimensão por conta do que vivemos atualmente. Reescrevemos um texto dos anos 80, que era para o público jovem, e trouxemos para o universo infantil, deixando em mais evidência esses aspectos acerca da liberdade”, conta a diretora.

Por meio de música e dança, a peça encena o futuro e o passado ao mesmo tempo. Durante um passeio ao museu, os personagens do futuro, que são controlados o tempo todo, descobrem uma ala desativada. Quebrando o sistema, eles se depararem com o passado e com as pessoas daquela época, defrontando-se com seres cheios de emoções e sentimentos. “De modo delicado, a peça retrata um futuro em que as pessoas não têm mais acesso às emoções, não têm mais a liberdade ao sentimento. Tratam os sentimentos como uma contaminação. Elas perderam a liberdade, mas não sabem disso porque não tiveram acesso ao passado até então”, realça Débora.

O Pasárgada, durante sua trajetória, sempre focou na pesquisa de linguagem estética, privilegiando em seu repertório dramaturgias que abordaram temáticas a respeito de valores, como raízes populares, identidade cultural, exclusão social e qualidade de vida. Para este espetáculo, a companhia apresenta para a criançada a questão da liberdade de sentimento, pensamento e escolhas. Também aborda o respeito e a importância do passado, refletindo como ele influencia o futuro.

A nova montagem segue temporada até dezembro, no Teatro Municipal João Caetano, e reúne no elenco artistas que estiveram presentes na montagem dos anos 1980, entre eles Valnice Vieira Bolla e Gustavo Kurlat. Além disso, Valnice reassume a criação dos cenários e Kurlat assina a direção musical.

Por Bruna Pinheiro