Concreto e Praça das Artes são temas de exposições

“Quadra 27” e “Concretude correlata” são inauguradas no dia 24 de junho

Por Gilberto de Nichile

Inspirado na Ópera de Paris, o Theatro Municipal de São Paulo foi inaugurado em 1911, tornando-se, durante décadas, a principal casa de espetáculos da cidade. Entretanto, o projeto original concebido pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo não previa espaços para abrigar seus futuros corpos artísticos, que hoje são compostos por duas orquestras, dois corais, uma companhia de balé e um quarteto de cordas, além de um museu e das escolas de dança e música. Todas essas atividades de ensaio, ensino e exposição, com sua guarda de acervo, eram desenvolvidas sem um local centralizado. 

Com o passar dos anos, a construção de um anexo do Theatro se tornou prioridade para o bom funcionamento da casa. Em 2005, a ideia começou a sair do papel e, em 2012, foi inaugurada a Praça das Artes, conjunto arquitetônico erguido na chamada Quadra 7 do centro novo, situada entre a Avenida São João, o Vale do Anhangabaú (Rua Formosa) e a Rua Conselheiro Crispiniano.  

A partir do dia 24, a Praça das Artes abriga duas exposições –a permanente “Quadra 27” e a temporária “Concretude correlata” –, que contam um pouco da história do local. “Quadra 27” reúne uma seleção de fotos, croquis e plantas do projeto e “Concretude correlata” traz 23 obras pertencentes ao acervo da Cidade, que engloba obras de arte compradas ou doadas à Prefeitura. Esta exposição exibe o trabalho de 12 artistas que têm conotação com o concreto, material intensamente utilizado na construção da Praça. Dentre os nomes selecionados, estão Cildo Meireles, Paulo Climachauska, Mônica Nador e João Musa. 

O arquiteto da Secretaria Municipal de Cultura, Marcos Cartum, foi o responsável pela criação do projeto e acompanhamento das obras, juntamente com os colegas Francisco de Paiva Fanucci e Marcelo Carvalho, do escritório Brasil Arquitetura. Segundo Cartum, a partir da necessidade de se criar um anexo para o Municipal, optou-se por algo bem mais abrangente. “Vimos ali a oportunidade de criar um forte elemento transformador da área central da cidade, que estava abandonada desde os anos de 1970.” 

Ainda inacabada, mas já consolidada no calendário cultural da cidade, a Praça das Artes oferece ao público, além de aulas de dança e música, concertos, exposições, festas, encontros e outros tipos de eventos. Na última Virada Cultural, por exemplo, o palco cabaré foi montado na área de convivência.

| Praça das Artes – sala de exposições.Av. São João, 281, 4º andar. Próximo das estações Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro. De 24/6 a 28/8. 3ª a sáb., das 10h às 20h. Dom. e feriados, das 10h às 18h. Grátis