Secretaria Municipal de Cultura promove 1ª Jornada do Patrimônio em São Paulo

Imóveis históricos públicos e privados, roteiros, oficinas e apresentações artísticas integram a programação do evento, que acontece dias 12 e 13 de dezembro em todas as regiões da cidade de São Paulo

Nos dias 12 e 13 de dezembro de 2015, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) convidam paulistanos e turistas a reconhecer o patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade de São Paulo, distribuído por diversos pontos da cidade.

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Neste fim de semana, será promovido um evento inédito: a Jornada do Patrimônio. Para formatá-la, a SMC se inspirou em ações semelhantes em outros lugares do mundo como as Journées Européennes Du Patrimoine na França e o Open House em Nova Iorque (openhousenewyork), nos EUA. Em São Paulo, mais de 80 imóveis públicos e privados vão abrir suas portas para receber visitantes, com e sem visitação monitorada. Além dos espaços, haverá roteiros de memória e arquitetura que conduzirão as pessoas por locais históricos como a Vila Maria Zélia (zona leste), Centro Antigo e o bairro da Luz, Largo Nossa Senhora do Ó (zona norte). Outra novidade serão as oficinas temáticas com especialistas e pesquisadores que devem aprofundar a discussão sobre o assunto.  

A proposta do evento é sensibilizar os cidadãos paulistanos e fazer com que se apropriem da cidade e de seus bens históricos, que vão além de construções de pedra e cal, abarcando o samba e companhias de teatro que simbolizam a cidade, por exemplo. Para concretizar esta proposta, várias atrações artísticas foram programadas em imóveis históricos, contemplando aqueles que estão mais presentes no repertório do paulistano, assim como, reapresentando espaços culturais que estão disponíveis para a sociedade e são pouco lembrados por ela.

Todas as regiões receberão roteiros e oficinas temáticos, que são oportunidades para a população conhecer a história da cidade de São Paulo sob diversos aspectos, contados através de imóveis e tradições locais.

Dentre os imóveis que a população terá oportunidade de reverenciar está a rede de casas históricas do Museu da Cidade de São Paulo, composta de espaços como o a Capela do Morumbi, Casa do Tatuapé, Casa da Imagem, entre outros, até espaços particulares como a sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, que receberá o show do consagrado violonista Zezo Ribeiro, no sábado às 11h. Também neste dia, o Solar da Marquesa recebe, às 19h, João Macacão, representante da velha guarda do choro, do samba e da seresta, que interpreta Noel Rosa, Ary Barroso, entre outros. Para fechar a programação no sábado, o Teat(r)o Oficina apresenta, às 21h, o espetáculo “Musical Mistérios Gozosos”, com direção do próprio Zé Celso. O MASP, na Avenida Paulista, projeto de Lina Bo Bardi, inaugurado em 1968, terá visita monitorada no sábado, às 10h30.

No domingo, o samba do Thobias da Vai-Vai ganha interpretação acústica na Vila Itororó, às 13h. A apresentação do tradicional grupo paulistano Demônios da Garoa pode ser conferida em um dos mais marcantes símbolos da capital paulista, o Mercado Municipal, às 14h. O “encontro de patrimônios” --no caso o samba paulista e as construções históricas-- acontecerá porque o gênero musical foi registrado como patrimônio imaterial pelo Conpresp em 2013.
Uma oportunidade que unirá a curiosidade à diversão é o Futebol de Palhaços no Estádio do Pacaembú. Uma bola gigante será disputada por trinta palhaços-artilheiros neste centro esportivo municipal tombado, às 16h30.

Para fechar a programação da Jornada no domingo, os paulistanos podem conferir o show de voz e violão de Mariana Aydar, na Sala do Conservatório da Praça das Artes, às 17h. Para quem prefere atividade a céu aberto, no mesmo horário, os Irmãos Sabatino se apresentam com espetáculo circense “Irmãos Sabatino em Voos Suspensos” no Vale do Anhangabaú.

No Arquivo Histórico de São Paulo, uma intervenção urbana da curadora Giselle Beiguelman, artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, apresenta um olhar atento e crítico às obras de arte que foram removidas de seus locais de implantação e alocadas em um depósito.

A exposição “Memórias da Amnésia” será inaugurada no sábado, às 11h, abordando esse peculiar nomadismo por meio de alguns itens como os fragmentos do Monumento a Olavo Bilac, conjunto implantado, em 1922, na Rua Minas Gerais, que foi disperso pela cidade e chegou a ser alvo de protestos. As peças remanescentes foram recolhidas e voltam a ser expostas nesta oportunidade.

As lagostas de bronze da Fonte Monumental, hoje substituídas por peças de resina na obra original localizada na Praça Julio de Mesquita, região central, também voltarão a ser expostas e pautam o debate em torno do vandalismo de obras de arte em áreas púbicas. Atualmente, a fonte restaurada exibe réplicas das lagostas em resina enquanto suas originas estão armazenadas em um depósito municipal.

Todas as obras expostas terão seu roteiro de implantação e histórico contados detalhadamente. “Memória da amnésia busca compreender como as políticas de patrimônio histórico definem o que são obras de arte pública e estabelecem suas relações com a memória urbana”, aponta a curadora.

A programação está sujeita a alterações