Documentário sobre Plínio Marcos ganha projeção ao ar livre na Praça Roosevelt

"Plínio Marcos nas Quebradas do Mundaréu" será exibido no dia 8, às 19h


Evento encerra as comemorações do 80º aniversário do dramaturgo
(Foto: Divulgação)


Na próxima terça-feira, dia 8 de dezembro, a Praça Roosevelt será palco para a exibição do documentário “Plínio Marcos nas Quebradas do Mundaréu”, sobre a vida de Plínio Marcos, encerrando as comemorações do 80º aniversário de seu nascimento. Um telão de 12 metros de comprimento projetará ao ar livre a cinebiografia concebida, produzido e dirigido por Julio Calasso. A sessão começa às 19h e é gratuita.

A ideia da projeção partiu do próprio Calasso, que escolheu a praça por ser um locus simbólico de conexão com a cultura teatral paulistana. “E está na beirada do Teatro de Arena, onde tudo começou”, completa. O evento é uma correalização da Secretaria Municipal de Cultura e da Spcine.

O documentário é fruto de uma longa viagem entre evidências e obscuridades da arte e vida de Plínio, um artista intenso que, de tão contestador e explosivo, disse certa vez que “fez por merecer” a perseguição e a censura. “Nós nos conhecemos há mais de 50 anos. Ele vinha de Santos e eu do Oficina. Nos “trombamos” no teatro de Arena, onde atuei em sua primeira montagem em São Paulo, “Reportagem de um Tempo Mau”, ao lado de Walderez de Barros, Ney Latorraca, Claudio Mamberti e Célia Watanabe”, conta Calasso, que foi amigo do dramaturgo e responsável por algumas adaptações da sua obra.

O filme foi concebido a partir de uma miscelânea de 90 horas de material audiovisual das mais variadas origens, fontes, formatos e suportes: espetáculos, representações, filmes adaptados de sua obra e de outros trabalhos, depoimentos, entrevistas, canções, textos e poemas. Tudo isso em 3.600 horas de edição e mais de 500 de finalização de som e imagem. O corte final do filme tem 89 minutos.

Calasso costura o roteiro com várias montagens de peças e adaptações para o cinema de clássicos do dramaturgo, como “Abajur Lilás”, “Barrela”, “Querô” e “Navalha na Carne”. Outras narrativas cinematográficas, como “BláBláBlá”, “O Bandido da Luz Vermelha” e “Viramundo” partilham do enredo, assim como está bem marcado o envolvimento de Plínio com o universo do samba paulista.

O pontapé desta cinebiografia foi dado em 1999, com o registro em mini-DV das montagens antológicas do ousado grupo teatral CETE (Centro Experimental Teatro Escola, Rio de Janeiro) em homenagem a Plínio, recém-falecido. A continuação foi retomada no carnaval santista em 2008, com outra homenagem, desta vez da Escola de Samba X-9. “Quando o filme brotou na minha cabeça, eu sabia que tinha de proporcionar ao espectador uma viagem de emoções contraditórias. Fui guiado pela obsessão de uma narrativa que correspondesse à ousadia transgressora da escrita de Plínio Marcos, onde estão presentes vestígios do circo teatro mambembe, do congraçamento mágico da tradição cigana e os ecos subliminares da Europa Central e da velha Grécia”, define Calasso.

Integram o elenco Tônia Carrero, Rogério Sganzerla, Vera Fischer, José Roberto Aguilar, Glauce Rocha, Geraldo Sarno, Gilberto Mendes, Geraldo Filme, Gilberto Gil, Nelson Xavier, Antônio Abujamra, Cartola, Caetano Veloso, Paulo Vanzolini, Emiliano Queiroz, Gero Camilo, Neville d’Almeida, X9, Vai-Vai, Solano Trindade, Sergio Mamberti, Joelho de Porco e Leo Lama, entre outros.

Serviço: Exibição de “Plínio Marcos nas Quebradas do Mundaréu”. Praça Franklin Roosevelt, s/nº, Consolação. Dia 8/12 (terça-feira), 19h. Grátis