Coreógrafo brasiliense cria balé em homenagem à cidade

Espetáculo, encenado pela primeira vez em São Paulo, pode ser visto entre os dias 3 e 13, na Galeria Olido


Bailarinos do grupo Edson Beserra e Seu Composto de Ideias
traduzem em dança sensações provocadas por Brasília
(Foto:Layza Vasconcelos)

Por Gilberto De Nichile

Compor um poema em forma de dança para homenagear sua cidade natal. Foi essa a ideia central que levou o bailarino e coreógrafo brasilense Edson Beserra (pronuncia-se Bezerra) a criar “Vinil de asfalto”. O espetáculo, encenado pela primeira vez em São Paulo, pode ser visto entre os dias 3 e 13, na Galeria Olido, com entrada franca.

Segundo Beserra, que foi bailarino do Grupo Corpo, de Belo Horizonte (MG), durante oito anos, Brasília encanta a todo o visitante por sua arquitetura e planejamento urbano extremamente singulares, devido ao plano piloto em que foi edificada. “Além da presença marcante de Oscar Niemeyer em seus edifícios, a cidade se impõe pelos imensos espaços vazios, por seus enormes vãos, trajetos, linhas e curvas, onde o movimento acontece naturalmente, como que obedecendo ao ritmo de uma grande sinfonia de concreto e asfalto. Daí o nome que eu dei ao trabalho: ‘Vinil de asfalto’.”

Para expressar em dança essas sensações, Edson Beserra e Seu Composto de Ideias, nome do grupo brasiliense, leva ao palco os bailarinos André Liberato e Lavínia Bizzotto, ambos cariocas, que, junto com o coreógrafo, apresentam uma encenação metafórica sobre o cotidiano do Distrito Federal. Enquanto eles se movimentam, com direito a improvisações que fazem cada espetáculo ser uma experiência única, em três telas brancas são projetadas cenas da cidade filmadas pelo assistente de direção e também bailarino Marcos Buiati.

Na trilha sonora, encomendada especialmente para este trabalho, Tomás Seferin, além de piano e violão, se vale de ruídos urbanos característicos de Brasília, como os sons das cigarras, dos carros, do vento e até do silêncio.

O figurino remete ao asfalto e à arquitetura da capital e se utiliza de tecidos leves, em tons cinza e branco, enquanto o desenho de luz, de Moizes Vasconcellos, privilegia o branco, quebrado apenas pela luz gerada pelas projeções e por um âmbar nos minutos finais da encenação.

Serviço: | Galeria Olido – Sala Paissandu. Centro. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro.| tel. 3331-8399 e 3397-0171 De 3 a 13. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. 45 min. Livre. Grátis (retirar ingresso a partir de uma hora antes)