Seminário na Galeria Olido discute economia criativa

Nabil Bonduki, Secretário Municipal de Cultura, e representantes do British Council estiveram presentes para falar sobre esta iniciativa parceira entre os dois países.


O Secretário Nabil Bonduki ressaltou a importância do intercâmbio de vivências com o Reino Unido 
para que a cidade siga o caminho correto (Foto: Sylvia Masini)

Por Carolina Bressane

Nesta segunda-feira, 24/08, a Galeria Olido foi palco de troca de idéias e experiências no Seminário “Ação Pública, Ação Criativa – Um Intercâmbio Brasil – Reino Unido sobre o papel da Gestão Pública no fomento à Economia da Cultura e Criativa”, que teve como objetivo discutir estratégias de políticas públicas que incentivem o empreendedorismo na economia criativa e da cultura. O evento foi resultado de uma parceria entre as Secretarias municipais de Cultura, de Relações Internacionais, do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, da Ade Sampa (Agência São Paulo de Desenvolvimento) e do British Council. O Seminário contou com a presença de Sérgio Miletto, presidente da Ade Sampa, de Nabil Bonduki e Artur Henrique, secretários municipais, Percy Emmet e Erik Klug, especialistas britânicos no assunto, Amanda Negrasim e Camila Zupo, representantes brasileiras de implementação do projeto e Joanna Crellin, cônsul do Reino Unido.  

Sergio Miletto, presidente da Ade Sampa, abriu o evento ressaltando a importância do conceito da economia criativa, que valoriza a cultura regional e agrega valor ao produto comercializado. Logo em seguida, o Secretário Municipal de Cultura, Nabil Bonduki, lembrou que o projeto ainda está tramitando na Câmara dos Vereadores a pauta sobre os pólos de economia criativa que constam no Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo. Segundo o secretário, o Plano é o instrumento orientador do desenvolvimento da cidade e que, no caso de São Paulo, foi muito além da questão físico-territorial, introduzindo o desenvolvimento econômico como desenvolvimento urbano, já que a proposta é descentralizar os pólos culturais e desenvolver áreas periféricas da cidade, gerando mais empregos e profissionalização de artistas destas regiões.  

Bonduki ressaltou, ainda, a importância deste intercâmbio de vivências para que a cidade siga o caminho correto, “pois o Reino Unido tem muita experiência em economia criativa, enquanto para nós, paulistanos, ainda é um assunto muito novo” concluiu.
Desde 1998, o Reino Unido vem acumulando experiência de fomento à economia criativa a partir de políticas públicas. Segundo Percy Emmet, formador e mentor de empreendedores de economia da Cultura e Criativa do NESTA, desde 2008, quando a crise financeira teve início no Reino Unido, o mercado de profissional criativo vem crescendo, “porque é um profissional que pode se redesenhar e se tornar financeiramente viável”, segundo Percy.

Depois da fala de Percy, foram apresentados dois cases paulistanos sobre economia criativa. O primeiro foi o coletivo “Herdeiras de Aqualtune”, que incentivado pelo VAI  (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais), conseguiu agregar mais mulheres da periferia ao projeto. Segundo Amanda Negrasim, representante do projeto, “o coletivo dá um empoderamento às mulheres periféricas porque melhora a autoestima delas, e elas passam a acreditar no seu trabalho”. O segundo case foi o Estúdio Sem Nome, que após uma consultoria do British Council teve seu modelo de negócio redesenhado.

Artur Enrique, secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, falou da necessidade de se implementar um modelo de desenvolvimento da cidade em que a necessidade da periferia de ser cada vez mais um pólo gerador criativo e econômico seja levada em consideração. Em seguida, Eric Klug, diretor adjunto do British Council, enfatizou que “o diálogo entre Brasil e Reino Unido se faz com trocas, ferramentas, aprendendo e ensinando mutuamente”. Finalmente, a cônsul do Reino Unido no Brasil, Joanna Crellin, afirmou que a intenção desta parceria entre São Paulo e Reino Unido “é fomentar o empreendedorismo nas áreas periféricas e dar visibilidade aos artistas criativos da periferia, que muitas vezes ficam escondidos da sociedade”.