Ópera de Wagner inspira peça infantojuvenil “Navio fantasma - O holandês voador”

Espetáculo fica em cartaz até o dia 27 de setembro no Teatro João Caetano


Com direção de Kleber Montanheiro, o espetáculo acompanha a saga de um marinheiro 
em busca do verdadeiro amor para romper uma maldição

Por Gabriel Fabri

Encenada pela primeira vez no ano de 1843, a ópera “O holandês voador” é baseada nas diversas versões de uma lenda marítima dos países baixos. A obra foi uma das primeiras composições líricas do músico alemão Richard Wagner, autor de títulos famosos como “Tristão e Isolda” e a tetralogia “O anel de Nibelungo”. 

Tendo o mar como cenário, a narrativa serviu de inspiração para o espetáculo teatral infantojuvenil “Navio fantasma - O holandês voador”. Com direção de Kleber Montanheiro, a peça estreia dia 1º, no Teatro João Caetano, e fica em cartaz até 27 de setembro. O ingresso tem preço popular de R$ 10, com entrada gratuita às quartas-feiras. 

A trama tem foco em um marinheiro (interpretado por Gustavo Haddad) que, ao desagradar os deuses com seu orgulho exacerbado, é condenado a vagar eternamente pelos mares em seu navio. A maldição só será quebrada se ele encontrar um amor verdadeiro. Séculos depois, o marinheiro finalmente conhece Senta (Gabrielle Lopez), entretanto, o pai dela, o pescador Daland (Luciano Gatti), fará de tudo para que o relacionamento entre os dois não se concretize. Completam o elenco os atores Ricardo Gelli e Suzana Alves.

Segundo Montanheiro, a encenação é um dos pontos em que a peça mais se aproxima da obra de Wagner. “Queria que o espetáculo parecesse épico, como uma ópera ou um balé, onde tudo é amplificado”, explica o diretor. Além disso, a montagem possui uma trilha sonora contínua. Não é a mesma do compositor alemão, mas possui essa peculiaridade de atravessar toda a apresentação. A estrutura narrativa e os três personagens principais também são semelhantes no “Navio fantasma”. 
 
O tema da blasfêmia religiosa, presente na ópera de Wagner, não foi inserido no espetáculo. Mas o texto de Paulo Rogério Lopes manteve questões da obra que são atuais até hoje. “As relações humanas, a dificuldade das pessoas se entenderem. A peça traz muito essa questão do ouvir, do olhar”, afirma o diretor. 

No palco, Montanheiro optou por um visual onírico. “Tudo remete a um lugar e tempo não definidos e, como em uma fábula, tudo vai para um lugar fantástico”, declara. O navio fantasma do título não é visto em cena, mas sim, sugestões de sua presença, com elementos que às vezes remetem a embarcações, e outras vezes lembram uma aldeia. “São lugares que o público pode imaginar”, conclui o diretor. 

Serviço: Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino. Próximo da estação Santa Cruz do metrô. Zona Sul. | tel. 5573-3774 e 5549-1744. De 1º/8 a 27/9. 4ª, 15h e 20h. Grátis (retirar ingresso, até dois por pessoa, a partir de uma hora antes). Sáb. e dom., 16h. R$ 10