Spcine e Programa Brasil de Todas as Telas investem R$ 20 milhões em longas-metragens

Spcine publica as linhas de financiamento para produção e distribuição de filmes paulistas; Programa de Investimento contempla projetos de ficção, animação e documentários

Ampliação do público, desenvolvimento econômico e valorização da qualidade e diversidade do cinema paulista. A Spcine - Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, lança as primeiras linhas de seu Programa de Investimento em parceria com o programa Brasil de Todas as Telas, gerido pela Agência Nacional do Cinema – ANCINE, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual. Nesta primeira fase serão destinados R$ 20 milhões para a produção e distribuição de longas-metragens. Em junho, serão investidos R$ 10 milhões na produção independente para TV, completando o acordo de R$ 30 milhões assinado durante a inauguração da empresa.

Estas ações constituem o primeiro passo do plano da Spcine para 2015-2016. Novas ações estão previstas para este ano e terão foco em desenvolvimento de roteiro, circuito de salas, parcerias internacionais, eventos estratégicos do setor, curta-metragem, apoio à film commission, entre outras importantes frentes.

“Este montante de recursos sem precedentes só é possível hoje pela capacidade de articulação que a Spcine trouxe para o audiovisual paulista”, diz Alfredo Manevy, diretor-presidente da empresa. “As linhas estão baseadas em um novo modelo de financiamento, pois partem de uma visão estratégica do setor observando a diversidade, os desafios de mercado, e levando em conta resultados artísticos e econômicos. Este deve ser só o começo de uma política necessariamente mais ampla e estruturante”, observa.

“Para a ANCINE e o governo federal, esta parceria com a Spcine é fundamental. A política pública para o audiovisual brasileiro não deve ficar concentrada apenas em uma esfera de governo. Para desenvolver talentos locais e levar nossa produção à população de todo o país, é preciso que estados e prefeituras também articulem políticas e parcerias como esta”, diz o diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel.

Investimento x Fundo Perdido. A Spcine participará dos resultados dos investimentos. Uma das maiores mudanças é o abandono do “recurso a fundo perdido” e a adoção de uma visão de investimento e desenvolvimento da atividade, que levará em conta um maior engajamento nos resultados e, quando for possível, poderá trazer receitas para a própria Spcine. Naturalmente, esse é um processo progressivo, que respeita o potencial de cada linha da produção.

As linhas buscam dialogar com a diversidade do cinema paulista, contemplando projetos de ficção, animação e documentário, valorizando novos talentos e realizadores experientes. Ao mesmo tempo, o objetivo é garantir que a produção alcance o maior número de telas e públicos, com investimentos inéditos em distribuição para diversos tipos de produção. As linhas de distribuição foram elaboradas para promover um maior circuito para filmes de pequeno, médio e grande porte/lançamento. Os investimentos serão de R$ 300 mil a R$ 1 milhão por projeto.

“É a primeira vez que os investimentos em São Paulo incorporam de forma equilibrada produção e distribuição, de forma que novos filmes encontrem a necessária promoção e visibilidade para conquistar seu espaço e público.”, diz Mauricio Andrade Ramos, diretor de Desenvolvimento Econômico da empresa. Em levantamento realizado no ano passado, a Spcine mapeou mais de 50 filmes paulistas já finalizados, mas sem espaço de exibição. A pesquisa deu origem ao Programa de Apoio à Comercialização e Distribuição, que investiu R$ 2 milhões no lançamento de 20 longas-metragens em salas comerciais. O Programa de Investimento representa uma evolução do modelo a partir da inteligência geradas no mecanismo.

Diálogo. O processo de elaboração das primeiras ações contou com a colaboração direta do setor audiovisual. Durante rodadas de conversa realizadas entre janeiro e abril deste ano, a Spcine ouviu e incorporou sugestões para tornar os mecanismos mais efetivos e democratizar o acesso aos recursos. Foi implantado um Comitê Consultivo para discutir as políticas do setor, algo inédito no Brasil.

Além disso, o Programa de Investimento, o primeiro da Spcine, apresenta outras novidades como o processo de inscrição pela plataforma online SPCultura e a criação da Banca de Canais, ação complementar que deve ajudar a conectar projetos e canais de TV. “O objetivo é agilizar as inscrições e facilitar a vida do proponente que vai buscar as linhas da Spcine”, diz Renato Nery, diretor de Inovação, Criatividade e Acesso da Spcine.

Investimento. A LINHA 1 vai selecionar obras de ficção, documentário e animação com recursos de até R$ 1 milhão para serem realizadas. Serão premiados ao menos 1 projeto de Baixo Orçamento de R$ 1 milhão e, no mínimo, dois documentários. A linha ainda premia primeiros ou segundos trabalhos de novos diretores com dois prêmios de até R$ 300 mil cada. Para se ter uma ideia, o investimento total de R$ 7 milhões representa aumento de mais de 50% - em relação a 2014 -, tomando como referência os recursos municipais destinados à produção de filmes.

A LINHA 2 oferece R$ 3 milhões de investimento em distribuição de filmes de médio e pequeno porte. O objetivo é garantir que os filmes cheguem ao maior número de salas de cinema e levem o maior número de espectadores, com investimento em propaganda e visibilidade dos longas-metragens. Voltado a distribuidoras paulistas a linha oferece recursos para projetos com lançamento em pelo menos 10 salas e em, no máximo, 100 salas de cinema.

A Spcine vai investir no mínimo R$ 100 mil por lançamento - com teto de R$ 400 mil para lançamentos de médio porte - e teto de R$ 600 mil por distribuidora para assegurar a maior diversidade de agentes e proponentes nesse mercado.

As LINHAS 3 e 4 foram desenvolvidas para longas-metragens com expectativa de grande lançamento em circuito exibidor. Os incentivos têm como foco filmes com previsão de exibição em mais de 200 salas.

A LINHA 3 irá conceder até R$ 1 milhão para a produção de longas-metragens com compromisso de lançamento em no mínimo 200 salas e até R$ 500 mil para a produção de filmes com previsão de lançamento entre 100 e 200 salas. Para participar, é necessário que a produtora paulista tenha contrato firmado com uma distribuidora, prevendo investimento de pelo menos R$ 1 milhão em P&A (impressão e campanha publicitária, na sigla em inglês) e lançamento em número mínimo de salas conforme inscrição. O volume total de recursos é de R$ 6 milhões.

Já a LINHA 4 é aberta a distribuidoras de todo o país, desde que associadas a empresas paulistas de distribuição. O contrato com a produtora paulista deve prever lançamento em, no mínimo, 300 salas e investimento de R$ 1 milhão em P&A. O valor total da linha é de R$ 4 milhões - até R$ 1 milhão por filme.  

Os projetos das LINHAS 2, 3 e 4 serão apoiados por meio de processo contínuo, que facilita o acesso aos recursos a partir de uma grade de critérios transparente e bem definida. Nele, projetos que reúnam as condições estipuladas pelo regulamento já estarão habilitados a solicitar os recursos da linha. Os valores serão disponibilizados de acordo com a ordem de inscrição.

“As linhas colocam em equilíbrio o desenvolvimento econômico e artístico, percebidos aqui como dimensões da produção, e não como guetos separados”, afirma Manevy.

Banca de Canais. Uma das novidades do Programa de Investimento é a criação da Banca de Canais. O grupo, formado por canais de TV, terá acesso aos projetos inscritos na LINHA 1, conforme autorização do proponente.  “O processo seletivo gera um catálogo de projetos muito grande. A criação da banca de canais é uma forma de aproveitar todo este catálogo e estimular a aproximação entre os projetos paulistas e os canais de televisão”, explica Rodrigo Guimarães, gerente executivo de Desenvolvimento Econômico da Spcine.  

Canais devem manifestar interesse na participação, que é voluntária e não gera obrigação para nenhuma das partes. “Esta aproximação pode permitir que os projetos sejam realizados mais rapidamente. A recepção desta iniciativa pelos canais que conversamos até agora está sendo muito positiva e acredito que tenhamos uma grande adesão”, afirma Guimarães.

Contexto. O Programa de Investimento Spcine-FSA inclui ainda uma linha de investimento para a produção de conteúdo para TV a ser lançada em junho no valor de R$ 10 milhões. No total, serão investidos R$ 30 milhões na produção e na distribuição do audiovisual paulista.

“Com este investimento, a Spcine dá o pontapé inicial em uma ação estratégica e estruturante, valorizando o investimento do recurso público e a criatividade do cinema paulista. Juntamente com estes editais, estamos preparando outras ações fundamentais para o setor, como a cadeia de cinema e o LEIA (Laboratório de Experimentação e Inovação Audiovisual)”, acredita o secretário Municipal de Cultura Nabil Bonduki.

O Programa integra uma ampla estratégia para o setor desenvolvida pela Spcine. No planejamento para 2015/2016, estão previstas ainda ações e programas nas áreas de formação, inovação, acesso e internacionalização do audiovisual paulista, que incluem investimento no desenvolvimento de roteiros e o circuito de salas na periferia.  

"O apoio à Spcine é fundamental para a implementação de políticas públicas para o desenvolvimento e ampliação da produção audiovisual em São Paulo. Juntando esforços, acreditamos na possibilidade de atuar conjuntamente e de maneira mais sistemática”, defende Marcelo Mattos Araujo, secretário de Estado da Cultura de São Paulo.

“É uma estratégia de alinhamento entre as três esferas de governo que vai dar aos cineastas, produtores, roteiristas, atores e atrizes uma perspectiva de sustentabilidade. Na verdade, o que São Paulo carece neste momento é de um horizonte de médio e longo prazo para que o cinema não seja uma atividade eventual”, afirmou o prefeito Fernando Haddad, durante o evento de inauguração da Spcine, em janeiro deste ano.

Inscrições. Para tornar o processo de inscrição mais eficiente, a Spcine passa a utilizar a plataforma online SPCultura em seus editais. Lançada em 2014 pela Secretaria Municipal de Cultura, a ferramenta incentiva o desenvolvimento de arranjos produtivos locais por meio de um mapeamento colaborativo do cenário cultural paulistano.

Além tornar o processo mais dinâmico e sustentável, a inscrição pela plataforma vai permitir que a Spcine reúna informações geolocalizadas sobre as empresas e profissionais inscritos no Programa.

A empresa lança junto às linhas de investimento um manual ilustrado e workshops presenciais com o passo-a-passo de como inscrever projetos no SPCultura (as datas e local de realização dos workshops serão divulgados em breve).

As inscrições para a LINHA 1 estão abertas e seguem até 10 de junho. Já as linhas de processo automático (2, 3 e 4) passam por um período obrigatório de publicidade (45 dias). As inscrições para essas linhas terão início no dia 1º de junho, às 11h.

Todas as informações estão disponíveis em www.spcine.wordpress.com/programasdeinvestimento.


PROGRAMA DE INVESTIMENTO SPCINE + PROGRAMA BRASIL DE TODAS AS TELAS

LINHA 1

Foco: Produção de longas-metragens

Proponente: Produtoras paulistas

Modalidade de seleção: Processo seletivo

- 1ª Fase: Classificação dos 20 melhores projetos.

- 2ª Fase: Seleção via pitching dos premiados.

Período de inscrição: 22 de Abril de 2015, às 13h, a 10 de Junho de 2015, às 23h59.

Total de recursos da linha: R$ 7 milhões

Valor por Projeto:

- Até R$ 1.000.000,00 para projetos dos gêneros de ficção ou animação.
- Até R$ 600.000,00 para pelo menos dois projetos do gênero de documentário;
- Até R$ 300.000,00 para pelo menos dois projetos dos gêneros de ficção e animação de novos realizadores, primeiro ou segundo filme do diretor cinematográfico;
- Até R$ 1.000.000,00 para pelo menos um projeto dos gêneros de ficção ou animação de baixo orçamento.

Condições de Participação:

- Produtora estabelecida no estado de São Paulo há pelo menos dois anos.

- O registro do filme na ANCINE, se e quando houver, deve obrigatoriamente estar em nome da produtora estabelecida no estado de São Paulo.

- Diretor residente no estado de São Paulo há pelo menos dois anos.

Link para inscrição


LINHA 2

Foco: Distribuição de longas-metragens

Proponente: Distribuidoras paulistas

Modelo de seleção: Fluxo Contínuo

Período de inscrição: 01 de Junho  de 2015, às 11h, a 13 de Novembro de 2015, às 23h59.

Total de recursos da linha: R$ 3 milhões

- R$ 2 milhões para projetos de até R$ 200 mil;
- R$ 1 milhão para projetos acima de R$ 200 mil.

Valor por proponente:

- R$ 10 mil por sala de cinema;
- Até R$ 400 mil por projeto;
- Até R$ 600 mil por distribuidora.

Condições de Participação:

- Distribuidora estabelecida há pelo menos 2 anos em São Paulo;
- Projetos com no mínimo 10 e no máximo 100 salas de exibição.

Link para inscrição:


LINHA 3

Foco: Produção de longas-metragens

Proponente: Produtoras paulistas

Modelo de seleção: Fluxo Contínuo

Período de inscrição: 01 de Junho  de 2015, às 11h, a 13 de Novembro de 2015, às 23h59.

Total de recursos da linha: R$ 6 milhões

Valor por projeto:

- Até R$ 1.000.000,00 para projetos com compromisso de lançamento em no mínimo 200 salas.
- Até R$ 500 mil para projetos com compromisso de lançamento entre 100 e 200 salas.

Condições de Participação:

- Produtora estabelecida no estado de São Paulo há pelo menos dois anos;
- Contrato com distribuidora  estabelecendo lançamento em número mínimo de salas conforme inscrição e investimento em P&A de ao menos R$ 1 milhão.

Link para inscrição

LINHA 4

Foco: Distribuição de longas-metragens

Proponente: Distribuidoras brasileiras

Modelo de seleção: Fluxo Contínuo

Período de inscrição: 01 de Junho  de 2015, às 11h, a 13 de Novembro de 2015, às 23h59.

Total de recursos da linha: R$ 4 milhões

Valor por proponente:

- Até R$ 1 milhão

Condições de Participação:

- Distribuidora de fora do Estado de São Paulo devem estar associadas a uma distribuidora estabelecida há pelo menos 2 anos no estado;
- Contrato de distrbuição com previsão de lançamento em, no mínimo, 300 salas e investimento em P&A de ao menos R$ 1 milhão.

Link para inscrições

Sobre a Spcine
A Spcine é a empresa de cinema e audiovisual de São Paulo. Atua como um escritório de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e web. O objetivo é reconhecer e estimular o potencial econômico e criativo do audiovisual paulista e seu impacto em âmbito cultural e social.

A empresa é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura, por meio da ANCINE (Agência Nacional do Cinema).

Sobre o Programa Brasil de Todas as Telas e o Fundo Setorial do Audiovisual
O programa BRASIL DE TODAS AS TELAS é uma ampla ação governamental que visa transformar o País em um centro relevante de produção e programação de conteúdos audiovisuais. Utilizando recursos do Fundo Setorial do Audiovisual - FSA, o programa conjuga diferentes modalidades de operação financeira, articula parcerias público privadas e propõe novos modelos de negócios.

Tudo com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos agentes econômicos e promover o acesso de um número cada vez maior de brasileiros aos conteúdos produzidos pelos talentos nacionais, em todas as plataformas de exibição. Trata-se do maior programa de desenvolvimento do setor audiovisual já construído no Brasil, formulado pela ANCINE em parceria com o MinC - Ministério da Cultura, e com a colaboração do setor audiovisual por meio de seus representantes no Comitê Gestor do FSA.

O Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) é um fundo destinado ao desenvolvimento articulado de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual no Brasil. Criado pela Lei nº 11.437, de 28 de dezembro de 2006, e regulamentado pelo Decreto nº 6.299, de 12 de dezembro de 2007, o FSA é uma categoria de programação específica do Fundo Nacional de Cultura (FNC).