Balé da Cidade volta à Olido com seis novas coreografias

Projeto 'Dançographismus II' estimula criação em dança e fica em cartaz entre os dias 30 de abril e 3 de maio



Bailarinos Wagner Varela, Fábio Pinheiro, Igor Vieira, Marisa Bucoff,

Jaruam Miguez e Bruno Gegório criaram as coreografias.
(Foto: Fabiana Ikehara)


Por Natália Tayota


No ano passado, o Balé da Cidade de São Paulo, dirigido por Iracity Cardoso, abriu um espaço de experimentação para que alguns de seus bailarinos exercitassem também seu lado criador. O projeto, intitulado Dançographismus, tem o objetivo de estimular a criação e a pesquisa de novas linguagens de dança, possibilitando a descoberta de coreógrafos. Para sua segunda edição, que acontece entre os dias 30 de abril e 3 de maio, a companhia leva para a Sala Paissandu, na Galeria Olido, seis peças inéditas.

Em “O lado oposto”, Wagner Varela coloca em cena quatro bailarinos que interpretam as relações de dualidade inerentes à vida, como o feio e o bonito, o sim e o não, o rápido e o lento, mostrando, num jogo de luz e movimento, que tudo tem o contraponto do oposto. Já Marisa Bucoff criou um solo, ainda sem título, que aborda a solidão sob a perspectiva feminina, trazendo à tona os caminhos que a mesma pode provocar no universo da imaginação, da fantasia e da criatividade.

A coreografia “Quatro indivisível”, de Jaruam Miguez, busca inspiração na Teoria do Magnetismo, campo da Física que estuda os materiais capazes de atrair ou repelir outros objetos. O tema, transposto para o campo das relações humanas, levanta o questionamento sobre por que as pessoas se magnetizam com outras, sustentam relações e, de repente, se repelem. Miguez leva ao palco quatro bailarinos que têm a missão de demonstrar o funcionamento dessas duas polaridades. Para ele, as relações, em essência, são indivisíveis, assim como o imã que, por mais que se divida em vários pedaços, continua sendo imã, com suas propriedades de atração e repulsão.

No dueto “Olha nos meus olhos”, Fábio Pinheiro se inspira em histórias reais de casais que compartilharam a maior parte da vida juntos e que, quando um deles morre, o outro morre logo depois. Outro coreógrafo, Bruno Gregório, também fala sobre relacionamentos amorosos no dueto “Entre em silêncio”, que aborda a intimidade de um casal e as marcas mais profundas que um deixa no outro.

Em “Serendipity”, Igor Viera foi buscar referências no mundo das raves a partir do filme brasileiro “Paraísos artificiais”. Nesta criação, dez bailarinos propõem uma reflexão sobre temas que envolvem as festas de música eletrônica, entre eles, o uso de drogas sintéticas que causam felicidade instantânea e momentânea e os encontros casuais.

Serviço: Galeria Olido – Sala Paissandu. Av. São João, 473, Centro. Tel. 3331-8399 e 3397-0171. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. De 30/4 a 3/5. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Grátis (retirar ingresso uma hora antes)