Canções como "Envolvidão", "Ser Feliz" e "Ela Me Faz"
são alguns dos destaques das apresentações de Rael
Por Gabriel Fabri
O Circuito São Paulo de Cultura, projeto da Secretaria Municipal de Cultura que leva atrações para diversos equipamentos culturais da cidade, traz no mês de março três apresentações do rapper paulista Rael. Ex-integrante do grupo Pentágono, o artista canta seus maiores sucessos e as faixas do novo EP, “Diversoficando”, lançado em 2014. Os shows são gratuitos e acontecem dia 27 na Galeria Olido, dia 28 no Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes e dia 29 no Centro Cultural da Juventude (CCJ) .
Rael conta que “Diversoficando” surgiu após o lançamento do single “O Hip Hop é Foda parte 2”, que contou com a participação de Emicida, KL Jay, Mc Marechal e Fernadinho Beatbox. “Por que não continuar essa história e lançar um EP?”, foi o que pensou o rapper, após a finalização da canção. Em casa, Rael pré-produziu duas faixas do EP, “Ser Feliz” e “Pré-conceito”, e depois se reuniu com outros produtores para terminar o trabalho. O nome brinca com a ideia de “ficar versando” e com a diversidade musical do próprio EP, que tem, segundo o artista, influências do reggae, do samba e da MPB.
“Vai buscar um lugar que possa ser feliz” é o que canta Rael no refrão de “Ser Feliz”, música que o artista afirma ter feito com a intenção de dialogar com os jovens que se encontram perdidos no consumismo desenfreado. “Eu sou de quebrada e percebo que, quando chego lá e pergunto de fulano ou cicrano, respondem: ‘Tá preso!’ ou ‘morreu’; tudo por conta dessa busca de querer ter essas coisas, saca?”, explica Rael. A música também faz o público questionar a respeito de sua felicidade pessoal com os assuntos do cotidiano, como o trabalho e os relacionamentos amorosos.
“Ser Feliz” é uma das muitas canções do rapper com clara influência do reggae, assim como o sucesso “Ela Me Faz”, presente no segundo álbum do cantor, “Ainda Bem Que Eu Segui As Batidas do Meu Coração”, de 2013. Sobre essa influência, Rael afirma que se aproximou do gênero musical por conta do irmão, que o ensinou a tocar violão a partir da canção “Jamming”, de Bob Marley. “Comecei então a vasculhar a biografia e as músicas do Bob e vi que as oratórias dele eram muito parecidas com as do rap também”, explica o Rael. Para o rapper, os dois gêneros musicais não são muito distantes entre si. “Acho que é tudo da mesma família, o lance de ser negro no terceiro mundo, protestando, falando das coisas que querem mudar na sociedade”, afirma.
Entre os destaques do “Diversoficando”, está a romântica “Envolvidão”, a segunda música de trabalho do EP. “Ela foi inspirada em várias histórias que as pessoas me contaram, que elas viveram, não em ninguém em especial”, conta Rael. O cantor acredita que parte de seu sucesso se explica por ele trazer canções com letras que falam não só de questões sociais, mas também de temas como os relacionamentos amorosos. “É natural que o rap também trate de sentimentos, acredito que a arte precisa ser livre para isso”, afirma.
Além das novas músicas, os shows no Circuito São Paulo de Cultura incluem também canções do segundo álbum de Rael, como “Semana”, “Ela Me Faz” e “Coração”, essa última gravada em parceria com a cantora Mariana Aydar.
Serviços: Diversos locais. Livre.
| Galeria Olido – Sala Olido. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro.| tel. 3331-8399 e 3397-0171. Dia 27, 20h (retirar ingresso a partir das 14h)
| Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes. R. Inácio Monteiro, altura do nº 6.900, esq. com Rua Alexandre Davidenko, Cidade Tiradentes. Zona Leste. | tel.: 2555-2840. Dia 28, 19h (não é necessário retirar ingresso).
| Praça em frente ao Centro Cultural da Juventude. Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha. Próximo do Terminal de Ônibus Cachoeirinha. Zona Norte. | tel. 3984-2466. Dia 29, 18h (não é necessário retirar ingresso)
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