Espetáculo “Marica” retrata a vida do poeta espanhol Federico García Lorca

Texto do argentino Pepe Cibrián Campoy fica em cartaz no Teatro Leopoldo Fróes, entre os dias 20 de fevereiro e 29 de março


Monólogo já ganhou 12 adaptações desde a primeira montagem,
 apresentada pelo próprio autor do texto, em 2012


Por Letícia Andrade

O fato de os restos mortais do poeta Federico García Lorca (1898-1936) não terem sido encontrados desde a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) chamou a atenção do ator Washington Luiz. Depois de quatro anos de pesquisa sobre a vida de Lorca, o ator descobriu o texto “Marica”, do argentino Pepe Cibrián Campoy, que rendeu um monólogo homônimo, agora em cartaz no Teatro Leopoldo Fróes, entre os dias 20 de fevereiro e 29 de março.

Lorca foi uma das primeiras vítimas do fascismo na Espanha, devido ao seu discurso político e à sua homossexualidade assumida. Sob a direção de Marcio Aurelio, a peça retrata os últimos dias do poeta, relembrando a sua morte à frente do seu assassino, um adepto do ditador Franco.


O conteúdo discursivo de “Marica” busca pensar sobre uma realidade mais tolerante, por isso o título não faz uma alusão somente à orientação sexual de Lorca. “Uma característica genial do texto é subverter a palavra ‘marica’. Ela não significa simplesmente homossexual, mas tudo o que é diferente”, explica o ator.


A peça foi encenada pela primeira vez pelo próprio autor na Argentina, em 2012. Desde então já ganhou 12 versões adaptadas por Washington. Partindo do texto original, o ator apontou dificuldades enfrentadas nas traduções. “Foi muito difícil porque o texto é poesia pura. Traduzir poesia demanda muito cuidado e muito respeito, porque ela é subjetiva”, revela.


Serviço: Teatro Leopoldo Fróes. Rua Antonio Bandeira, 114. Tel. 5541-7057. De 20/02 a 29/03. 6ª e sáb., às 20h. e Dom., às 19h. 50 min. +14. R$ 10,00.