“Guerra sem batalha...” tem como pano de fundo a Alemanha pós-II Guerra
Por Gabriel Fabri
A nova peça da Cia. Les Commediens Tropicales pretende provocar inúmeras reflexões no público, mas nenhuma em específico, como afirma o ator e dramaturgo Carlos Canhameiro. “Vivemos tempos de muitas legendas e talvez a nossa provocação seja essa: não há legendas nessa obra”, explica. Com estreia nacional marcada para o dia 16 de janeiro, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), a peça “Guerra sem batalha, ou agora e por um tempo muito longo não haverá mais vencedores neste mundo, apenas vencidos” fica em cartaz até o dia 8 de março de 2015 e tem acompanhamento musical do grupo À Deriva.
O espetáculo é uma adaptação de duas obras do dramaturgo alemão Heiner Müller: a autobiográfica “Guerra sem batalha, uma vida entre duas ditaduras” e a peça “Mauser”, que é encenada na íntegra nessa montagem da Les Commediens Tropicales. Canhameiro explica que o extenso título do espetáculo é uma referência a uma proposição da peça “Fatzer”, de Bertolt Brecht, dramaturgo de forte influência na carreira de Müller. “A frase escolhida também é citada por Müller em sua autobiografia”, explica.
Uma “superfície de eventos”. É assim que Canhameiro explica a peça. “As duas obras, e muitas outras, estão entrelaçadas na apresentação. Ela não conta uma história específica, ela pretende ser um acontecimento múltiplo, com foco no presente”, afirma. Apesar desse enfoque, “Guerra sem batalha...” tem como pano de fundo a Alemanha pós-II Guerra, dividia entre Alemanha Ocidental e Oriental.
Serviço: Centro Cultural São Paulo – Sala Adoniran Barbosa (anexo) e Espaço Missão. R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Próximo da estação Vergueiro do metrô. Centro. | tel. 3397-0001 e 3397-0002. De 16/1 a 8/3. 6ª e sáb., 21h. Dom., 20h. Grátis. Retirar ingresso duas horas antes.
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