Avenida 23 de maio ganhará um dos maiores corredores de grafite da América Latina

Trabalho envolverá mais de 200 artistas na produção de 15 mil metros quadrados de arte em 70 muros, entre o Terminal Bandeira e o antigo Detran. Intervenção poderá ser expandida para outros locais da cidade


Prefeito Fernando Haddad e secretário de Cultura Juca Ferreira,
receberam grupo de grafiteiros na sexta-feira, dia 7

(Foto: Heloisa Ballarini / Secom)

Mais de 70 muros da avenida 23 de maio, entre o Terminal Bandeira e a passarela Ciccilio Matarazzo, em frente ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), antigo Detran, ganharão intervenções de grafite a partir da primeira semana dezembro. O projeto feito pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, reunirá mais de 200 artistas na produção de 15 mil metros quadrados de murais com a arte urbana. A ideia é que o projeto seja concluído entre o fim de janeiro e início de fevereiro, se tornando um dos maiores corredores de grafite da América Latina, a frente dos murais da Copa do Mundo, na zona leste, até então considerado o maior.

O anúncio aconteceu na tarde desta sexta-feira (7) durante reunião entre o prefeito Fernando Haddad, o secretário Juca Ferreira (Cultura) e um grupo de artistas que participam da curadoria do projeto e ajudam a escolher grafiteiros que participarão da iniciativa.

Os nomes indicados como curadores são: Binho Ribeiro, Eziel, Ozi, Mauro Neri, Mundano, Barbara Goe, Enivo, Leon, Rui Amaral, Denys Evol, Toddy, Manulo, Tikka e Nick.

Além dos materiais para a produção do grafite, a Prefeitura auxiliará na segurança dos artistas com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), na limpeza dos muros, ampliação da iluminação e corte de grama com a Coordenação das Subprefeituras e a Secretaria Municipal de Serviços. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) dará apoio na organização do trânsito durante o trabalho.

“Esse tipo de arte existe no mundo inteiro, mas aqui em São Paulo, é um dos mais desenvolvidos, porque foi assimilada pela paisagem urbana. Essa arte tem a função de dialogar, colorindo o cinzento da cidade, substituindo muros frios e que dividem por muros artísticas que melhoram o padrão e humanizam a cidade”, afirmou Juca Ferreira. “A ideia é de trazer a arte para a rua, humanizar a cidade e democratizar o acesso a arte”, afirmou.

Para se ter uma ideia do tamanho do projeto, o grafite nos muros da Linha-1 Vermelha do Metrô, no caminho da Arena Corinthians, em Itaquera, na zona leste, contava com menos de 10 mil metros quadrados e quatro quilômetros de extensão. O projeto da 23 de maio atingirá de 5,4 quilômetros de extensão de muros em 15 mil metros quadrados.

“Estamos contentes com essa porta aberta, temos muita coisa para fazer e a 23 de maio é só o começo. Vamos apresentar projetos para as quebradas, a periferia e outros espaços públicos ociosos, que estão sujos e feios. A arte urbana tem custo benefício de retorno bem positivo. É barato e dá um resultado bom para a cidade”, afirmou um dos precursores do grafite na cidade, Rui Amaral. “O que é mais importante e bacana é que estamos com uma liberdade de poder criar, sem diretriz e sem tema”, disse.
“Essa é uma demonstração de respeito e reconhecimento pelo trabalho que a gente desenvolve há muitos anos. É uma porta que está se abrindo para diversos outros projetos. Nesse momento, é ainda um abre portas. A preocupação com a escolha dos artistas, do conteúdo, estrutura é para fazer com que as propostas novas cheguem e aconteçam”, afirmou o artista e curador da 3ª Bienal do Graffiti, Binho Ribeiro.

Fonte: Secretaria Executiva de Comunicação