“Eólitos” incorpora arte e ciência em coreografia

Espetáculo do teatro Antropomágico fica em cartaz entre os dias 2 e 5 de outubro, na Galeria Olido, e nos dias 8 e 9, no Centro Cultural da Penha


Coreografia explora a Coreotopologia, a união de conceitos da física
e da matemática


Letícia Andrade


Do grego eos (aurora) e lithos (pedra), eólito, na arqueologia, refere-se às pedras lascadas, supostamente os primeiros utensílios trabalhados intencionalmente pelo homem. As pedras que sobreviveram ao tempo acumulam as transformações da ação humana ou da própria natureza, ou seja, da pedra bruta à criação. Em “Eólitos”, a dança, concebida pela coreodramaturga Joana Lopes, estabelece uma relação entre o movimento humano e a pedra bruta. Na Galeria Olido, o espetáculo pode ser conferido entre os dias 2 e 5 de outubro. Já no Centro Cultural da Penha, nos dias 8 e 9.

A coreografia é fruto de uma pesquisa em arte e ciência, que transfere simbolicamente conceitos da física e da matemática, conhecida como Coreotopologia. Segundo Joana, a relação do conhecimento prático com a interferência humana foi utilizada para recriar as concepções inacabadas do contexto da sociedade atual. “Nossa dança quer um corpo inacabado. Quer um confronto com o corpo acabado que dá respostas iguais, num cotidiano igual para uma cultura da dança igual”, explica.

O teatro também é integrado às coreografias da dança para atingir uma polissemia nos movimentos. “Para nós, interessa a dança como canalização e transformação da energia, sem que ela seja fragmentada ou improvisada. E o teatro acontece na medida da criação do espírito do jogo dramático, quando as relações entre as tensões e ritmos que o jogo sugere são conduzidas pelos artistas a uma dimensão simbólica”, afirma Joana, que assina a direção do espetáculo.

A criação “Eólitos” é uma parceria entre o teatro Antropomágico e o Cerco Choreográfico, com direção cênica de Joana Lopes, performance de Andreia Yonashiro e elenco de bailarinos-atores. A trilha musical original é do compositor franco-brasileiro Zeka Lopez.

Serviço: Galeria Olido – Sala Paissandu. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro.Tel. 3331-8399 e 3397-0171. De 2 a 5. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h
| Grátis (retirar ingresso uma hora antes)

| Centro Cultural da Penha – Teatro Martins Penna. Largo do Rosário, 20, Penha. Próximo do Shopping Penha. Zona Leste. Tel. 2295-0401. Dias 8 e 9, 20h | Grátis (retirar ingresso uma hora antes)