Música argentina é atração do Circuito SP de Cultura

Banda Tonolec, multinstrumentista Santiago Vazquez e MC Paz Ferreyra, a Miss Bolívia, se apresentam dias 29, 30 e 31, respectivamente


Diego Pérez e Chara Bogarín formam o Tonolec,
duo que une o som ancestral indígena ao contemporâneo


Por Luísa Bittencourt

Para além do tango, gênero musical conhecido como tipicamente argentino, a radiola de nossos hermanos é perita na proliferação de cantores, compositores e artistas que exploram a música do país nas suas mais diversas possibilidades. Alguns desses representantes se apresentam no projeto Conexão Argentina, que integra, neste mês, a programação do Circuito São Paulo de Cultura, entre os dias 29 e 31.

A cantora Chara Bogarín e o músico Diego Pérez formam o Tonolec, duo que une o ancestral ao contemporâneo ao mesclar cantos do povo guarani Mbya e da etnia Qom (ou toba), da província de Chaco, com elementos da música eletrônica. Chara e Diego trabalham com os Qom há mais de uma década e, imersos nessa cultura, realizaram vivências em rodas de canto e bailes, explorando, principalmente, o coro Chelaapi. A experiência resultou no primeiro disco do grupo, “Tonolec”, de 2005, e norteia o trabalho da dupla até hoje. Já a partir de uma imersão cultural mais recente, com os Mbya guaranis e os cantos infantis dessa etnia, o duo produziu o álbum “Cantos de la tierra sin mal”, que integra o repertório do show apresentado dia 29, às 20h, na Sala Olido.

“O canto das mulheres Qom me influenciou na maneira de interpretar e compor. Se cantado em cerimônias, ele cura, é sagrado. Já o espírito do canto guarani é oposto ao Qom: é menos cerimonial e mais lúdico”, explica Chara, que sobe ao palco usando trajes étnicos. “Fomos aprendendo sobre a música dessas culturas e, aos poucos, as integramos à música eletrônica e a ritmos contemporâneos, buscando uma maneira em que esses mundos convivam em harmonia”, explica Diego.

Além do Tonolec, o Conexão Argentina traz, dia 30, às 21h, no Teatro Décio de Almeida Prado, o compositor e multi-instrumentista Santiago Vazquez. O músico apresenta seu primeiro disco de obras autorais, permeadas pela sonoridade de guitarra, piano, mbira (instrumento angolano), berimbau e música eletrônica.

Encerrando a programação, dia 31, às 18h, a Sala Olido recebe a cantora, produtora e MC Paz Ferreyra e seu projeto Miss Bolivia, uma mistura de dancehall, hip-hop, reggae e ritmos tropicais, acompanhada de letras com críticas à sociedade. “A estética do Miss Bolivia promove uma fusão social e antropológica, escapando do purismo musical”, afirma a cantora, que apresenta no show seu último disco, “Miau”.

Veja a programação completa:

BANDA TONOLEC
Com Chara Bogarín (voz) e Diego Pérez (músico). 60 min.
Dupla do norte argentino que mescla cantos nativos da etnia toba (qom) e mbya guarani com a música eletrônica, realçando o espírito desses povos e a identidade musical do país. As canções tradicionais foram transmitidas diretamente pelos anciãos da comunidade toba, do Chaco, e pelos coros infantis das comunidades mbya guarani, de Misiones.
| Sala Olido. Centro. Dia 29, 20h

SANTIAGO VAZQUEZ
60 min.
Multi-instrumentista e compositor, Vazquez, que já gravou como baterista e percussionista com Luis Salinas, Néstor Marconi, Mono Fontana, entre outros artistas, apresenta-se neste show solo que combina música, temas instrumentais e improvisações.
| Teatro Décio de Almeida Prado. Zona Oeste. Dia 30, 21h
   
MC PAZ FERREYRA - MISS BOLÍVIA
Projeto musical Miss Bolívia. 60 min.
A cantora e produtora mistura dancehall com hip-hop, reggae e ritmos tropicais. Desde 2008, Miss Bolívia realizou turnês pela Europa e América e editou três álbuns: “Miau” (2013), “Miau Tour 2013/2014” e “Alhaja” (2011).
| Sala Olido. Centro. Dia 31, 18h

Endereços:
| Galeria Olido - Sala Olido. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro. Tel. 3331-8399
| Teatro Décio de Almeida Prado. R. Cojuba, 45, Itaim Bibi. Zona Oeste. Tel. 3079-3438