Balé da Cidade estreia duas coreografias no Theatro Municipal

Companhia realiza temporada entre os dias 16 e 20 de agosto

Ensaio de “Cacti”, remontagem feita por Nina Botkay para a 
obra original de Alexander Ekman (Foto: Sylvia Masini)


Por Lidyanne Aquino

Fazer uma conexão ainda mais direta entre música e dança é a proposta de “Cacti”, criação original do coreógrafo sueco Alexander Ekman para a Nederlands Dance Theater. No dia 16, o Balé da Cidade de São Paulo apresenta, no Theatro Municipal, a estreia nacional do espetáculo, com remontagem da carioca Nina Botkay, que fez parte da companhia holandesa. No mesmo programa, é encenada, pela primeira vez em todo o mundo, “Antiche danze”, criação do italiano Mauro Bigonzetti feita especialmente para o BCSP.

“Cacti” faz uma análise bem pontual aos críticos de dança contemporânea. Nessa coreografia, o acompanhamento musical também se transforma em personagem, pois os integrantes do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, outro corpo artístico do Municipal além da companhia de dança, aparecem no palco em confluência com os bailarinos, que ainda dividem espaços com imensas caixas quadradas e com cactos, que entram em cena no segundo momento da apresentação. Nenhum elemento é desperdiçado e cada detalhe é essencial à compreensão do conjunto da obra. A música, em grande parte instrumental, é interpelada pelo texto de Spenser Theberge, falado em inglês. Ácido e bastante irônico, o enredo parece uma narração de filme, ganhando um tom peculiar ao acompanhar o duo que antecede os momentos finais da coreografia –se no início o texto parece desconexo, durante o duo surge como uma brincadeira entre os bailarinos.

“Antiche danze” procura acentuar a fusão do gosto musical renascentista com a cultura sinfônica moderna, característica acentuada pelo figurino desenhado por Geraldo Lima, marcado por tecidos contemporâneos, mas com estética da antiguidade. “Com esse projeto espero criar algo especial para a companhia, isso é o mais importante para mim, dar um sentido à minha carreira”, comenta Bigonzetti ao revelar suas expectativas com essa estreia. A música é de Ottorino Respighi e, apesar do grande número de pessoas do palco, é um projeto completamente distinto de “Cantata”, obra do coreógrafo que a companhia estreou no ano passado. No momento, Bigonzetti trabalha em um projeto televisivo em Nova York (EUA), mas retoma o trabalho com o BCSP, em dezembro, quando apresentará uma criação contemporânea para a peça tradicional de Natal, “O quebra-nozes”, de Tchaikovsky.

Ambas as coreografias são acompanhadas, ao vivo, pela Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência de Luis Gustavo Petri. Em “Antiche Danze”, o Quarteto de Cordas também participa, só que no fosso do palco.

Serviço: | Theatro Municipal de São Paulo. Theatro Municipal de São Paulo. Pça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro | Bilheteria: 3397-0327, de 2ª a 6ª, das 10h às 19h, ou até o início do espetáculo. Sáb., dom. e feriados, das 10h às 17h, ou até o início do espetáculo. Nos concertos aos domingos, às 11h, aberta excepcionalmente às 9h; Ação Educativa: 3397-0382 (visitas monitoradas). Dias 16, 18, 19 e 20, 20h. Dia 17, 18h. R$ 20 a R$ 60