Cinema Africano é tema de mostra na Biblioteca Viriato Corrêa

“Os Sementais de Yennenga - Panorama do Fespaco” acontece entre os dias 21 e 30 de março


Cena de "Heremakono - Esperando a Felicidade", de Abderrahmane Sissako

Por Natália Tayota


Considerado a maior mostra audiovisual da África, o Festival Pan Africano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (Fespaco) chega à Biblioteca Pública Viriato Corrêa com a mostra “Os Sementais de Yennenga - Panorama do Fespaco”, que será exibida entre os dias 21 e 30. A seleção conta com dez títulos exibidos em edições passadas do festival.

Criado em 1969 a partir da iniciativa de um grupo de cinéfilos em Burkina Faso, país localizado na África Ocidental, o Fespaco tem como objetivo fomentar o cinema africano. Depois do sucesso das primeiras edições, em 1972 o governo local institucionalizou o evento e, desde 1979, o festival é realizado de dois em dois anos, a cada ano ímpar. A cerimônia de premiação acontece na capital Ouagadougou e o troféu Semental de Yennenga se inspira no mito fundador do império dos Mossés, etnia majoritária em Burkina Faso.

Abre a mostra “Heremakono - Esperando a felicidade” (2002), de Abderrahmane Sissako, filme que ganhou o prêmio da crítica internacional no Festival de Cannes, em 2002, e também venceu na categoria Melhor Direção de Arte no Fespaco, em 2003.  

Serviço: Biblioteca Pública Viriato Corrêa – Sala Luiz Sergio Person. R. Sena Madureira, 298, Vila Mariana. Zona Sul. Tel. 5573-4017 e 5574-0389. De 21 a 30/3. 12 anos. Grátis.

Confira a programação completa:

| Todas as projeções têm suporte em DVD.

HEREMAKONO - ESPERANDO A FELICIDADE
(Heremakono - en attendant le bonheur, França/Mauritânia, 2002, 95 min). Dir.: Abderrahmane Sissako. Com Fatimatou Mint Ahmedou, Khatra Ould Abdel Kader, Makanfing Dabo e outros.
Menino encontra a mãe em Nouadhibou, cidadezinha da costa da Mauritânia, enquanto esperam para viajar para a Europa. Sem entender o dialeto, ele se envolve em várias aventuras.
| Dia 21, 15h

GUIMBA
(França, 1995, 93 min). Dir.: Cheick Oumar Sissoko. Com Balla Moussa Keita, Falaba Issa Traoré e outros.
Para satisfazer o desejo do filho que decide desposar uma mulher casada, ditador expulsa o marido dela da aldeia na qual vivem. Com medo, este refugia-se em uma aldeia de caçadores e organiza a revolta contra o tirano.
| Dia 21, 17h

FINYÉ
(França/Mali, 1982, 105 min). Dir.: Souleymane Cissé. Com Balla Moussa Keita, Ismaïla Sar, Oumou Diarra e outros.
Dois adolescentes malinenses se unem para questionar a sociedade. Um é descendente de um grande chefe tradicional e outro é filho do governador militar que representa o novo poder.
| Dia 22, 15h

EM NOME DE CRISTO
(Au nom du Christ, França, 1993, 82 min). Dir.: Roger Gnoan M’Bala. Com Naky Sy Savané, Pierre Gondo e outros.
Homem desprezado por toda a aldeia tem uma visão em que uma “criança deus” o escolhe para salvar seu povo e passa a usar sua eloquência para impressionar a imaginação das pessoas e fundar uma seita.
| Dia 22, 17h

DRUM
(África do Sul/França, 2004, 104 min). Dir.: Zola Maseko. Com Gabriel Mann, Jason Fleming, Taye Diggs e outros.
Biografia de Henry Nxumalo, jornalista investigativo que ficou famoso nos anos 50 por denunciar as condições de tratamento dos negros que viveram e trabalharam durante os anos de segregação.
| Dia 23, 17h

AS RUAS DE CASABLANCA
(Ali Zaoua, Prince de la Rue, França/Bélgica/Marrocos, 2000, 90 min). Dir.: Nabil Ayouch. Com Hichan Moussoune, Mnounïm Kbab, Mustapha Hansali e outros.
Apesar das dificuldades do cotidiano, três meninos de rua são muito amigos. Quando um deles é morto durante uma briga com bandidos, os outros querem lhe dar um enterro digno.
| Dia 28, 15h

BUUD YAM
(França, 1997, 99 min). Dir.: Gaston J-M Kabore. Com Amssatou Maiga, Serge Yanogo, Sévérine Ouddouda e outros.
Ao saber que sua irmã sofre de doença incurável, rapaz, adotado por uma família africana ainda criança, sai da aldeia na qual vive em busca de um curandeiro e acaba se deparando com suas raízes.
| Dia 28, 17h

BAARA
(França, 1978, 93 min). Dir.: Souleymane Cissé. Com Baba Niaré, Balla Moussa Keita, Boubacar Keïta e outros.
Jovem camponês de Mali deixa o campo para trabalhar como “baara” (carregador de bagagens). Lá, inicia uma grande amizade com um engenheiro de uma fábrica que vive em conflito com seus chefes e com o sindicato por conta de suas ideias liberais.
| Dia 29, 15h

DJELI
(Costa do Marfim/França, 1981, 92 min). Dir.: Fadika Kramo-Lanchiné. Com El Hadj Syndou Dembélé, Fatou Quatara, Joachin Quatara Yao e outros.
Apaixonado, filho de um griô sonha casar-se com a filha de um descendente de uma família ilustre do Mandigue, mas ambas as famílias se opõem ao casamento para preservar a tradição.
| Dia 29, 17h

AS MIL E UMA MÃOS
(Les mille et une mains, França, 1971, 75 min). Dir.: Souhel Benbarka. Com Abdou Chaibane, Elgazi Aissa, Mimsy Farmer e outros.
A partir de um velho tintureiro e seu filho, o filme acompanha a tecelagem artesanal de tapetes confeccionados no Marrocos.
| Dia 30, 17h