Recuperação da Mário de Andrade começa em 1 mês

Fonte: Folha de S. Paulo

A biblioteca ficará fechada durante a obra, com duração estimada em 18 meses

Projeto inclui a recuperação estrutural do prédio e a restauração das fachadas; reforma custará R$ 13 milhões, pagos pelo BID

RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A prefeitura autorizou ontem o início das obras da biblioteca Mário de Andrade (centro de São Paulo), a segunda maior do país. Durante a reforma, que tem prazo de um mês para ser iniciada e deve durar 18 meses, o local ficará fechado.
O projeto de reforma inclui a recuperação estrutural do prédio, a restauração das fachadas e do mobiliário, a impermeabilização das lajes e a implantação de cabines individuais para pesquisa. A obra, que na primeira etapa custará R$ 13 milhões, será financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
As grades em torno da Mário de Andrade também serão retiradas. Segundo a prefeitura, isso será feito para integrar a biblioteca à praça Dom José Gaspar. Na fachada, serão colocadas placas de vidro.
O acervo de quase 3,2 milhões de livros, jornais, gravuras e documentos está ameaçado por falta de conservação. Mesas e cadeiras estão velhas e há infiltrações. Peças do acervo estão deterioradas e não há espaço para guardar mais nada. Além disso, o público está diminuindo: em 2006, foram 135 mil pessoas -36 mil a menos do que em 2005.
O setor de empréstimos, que hoje funciona perto da praça Roosevelt, na rua da Consolação, continuará funcionando e, após a reforma, voltará para o prédio principal. A secretaria afirma que, durante a reforma, pode abrir exceções para pesquisas de obras que estão no prédio-sede e que só possam ser feitas lá.
A divisão da Mário de Andrade em vários lugares da cidade reflete a situação do local. Há 30 anos não há grandes aquisições para o acervo por falta de espaço. Parte dos periódicos, por exemplo, está em outra biblioteca, na zona sul. A recuperação desses jornais e revistas será feita com dinheiro da Petrobras e do BNDES.
A gestão da ex-prefeita petista Marta Suplicy (2001-2004) já havia apresentado um projeto para reformar a Mário de Andrade. O governo atual preferiu montar outro plano, totalmente diferente.
Ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) assinou o contrato com o consórcio vencedor da licitação, Concrejato-Tensor, o mesmo que reformou o Palácio da Alvorada, em Brasília. O consórcio foi declarado vencedor em março.
Uma segunda etapa da obra prevê a adaptação do prédio do Ipesp (Instituto de Previdência do Estado de São Paulo), que fica na rua ao lado.
O edifício vai servir como anexo da Mário de Andrade, abrigando serviços gerais e o arquivo de jornais e revistas. Essa etapa está orçada em R$ 11,5 milhões.