Festival no CCSP reúne filmes sobre a vida e a morte rodados em São Paulo

Fonte: Folha De São Paulo

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Na semana em que estréia "Linha de Passe", de Walter Salles e Daniela Thomas, a mais recente contribuição ao repertório cinematográfico de ficção sobre a capital paulista, o Centro Cultural São Paulo promove a retrospectiva "Vivendo e Morrendo em São Paulo", com 18 longas-metragens realizados nos últimos 40 anos.
O ciclo -que será aberto hoje e prossegue até domingo, com entrada gratuita- empresta seu título de "Viver e Morrer em Los Angeles" (1985), de William Friedkin. A seleção privilegia um recorte que observa relações de conflito na metrópole, tema quase inevitável quando se dirige uma câmera para São Paulo.
De "O Bandido da Luz Vermelha" (1968), de Rogério Sganzerla, até "A Casa de Alice" (2007), de Chico Teixeira, as paisagens geográficas e sociais dos filmes são muito variadas, bem como a natureza do que trouxe, mantém ou desestabiliza os personagens na cidade.
A vereda mais sociopolítica da programação tem "O Homem que Virou Suco" (1980), de João Batista de Andrade, e "O Baiano Fantasma" (1984), de Denoy de Oliveira, ambos sobre percalços de migrantes nordestinos. Abordagens mais intimistas, por contraste, estão em "Nina" (2004), de Heitor Dhalia, e "A Via Láctea" (2007), de Lina Chamie.
A retrospectiva promoverá também a estréia do documentário "O Caminho dos Campeões" (2008), de Eduardo Barioni, sobre o retorno da Portuguesa à Série A do Campeonato Paulista de futebol.
Na próxima quinta-feira, às 14h, haverá um debate, mediado pelo crítico Cléber Eduardo, com a presença dos cineastas Guilherme de Almeida Prado (de quem a mostra exibirá "A Dama do Cine Shanghai" e "Perfume de Gardênia") e Ricardo Elias (presente no ciclo com "De Passagem" e "Os 12 Trabalhos"), e do professor Rubens Machado Jr.