Empresa oferece miniparque para ter shopping na Paulista

Fonte: Folha De São Paulo

Oferta foi feita à prefeitura pela Cyrela e pela Camargo Corrêa, donas de área de 11 mil m2; projeto prevê 154 lojas e 12 andares de escritórios

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As duas empreendedoras donas da maior área não edificada da avenida Paulista propuseram à Prefeitura de São Paulo criar um miniparque no local em troca da autorização para construir ali um shopping de 154 lojas e 12 andares de escritórios. Vizinhos reclamam que a região não comporta outro gerador de trânsito.
Em uma área de 11.896 metros quadrados, o shopping teria, além das lojas e dos escritórios, 27 pontos de alimentação e cinco salas de cinema. Seria o terceiro shopping em dois quilômetros -no entorno há, ainda, o Pátio Paulista e o Center 3.
No local, no número 2.100 da avenida, ficava a residência dos Matarazzo, demolida em 1996. Hoje, funciona ali um estacionamento com 350 vagas.
O terreno foi comprado em 2007 pela Cyrela e pela Camargo Côrrea por R$ 125 milhões. Foram as duas empresas que ofereceram à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da gestão de Gilberto Kassab (DEM) fazer o parque em 20% da área do terreno.
A intenção é construir um centro empresarial com lojas nos primeiros quatro pavimentos, praça de alimentação e salas de cinema no quinto; os escritórios ficarão acima. O empreendimento teria seis subsolos com 1.420 vagas, bicicletário e um recuo de 24 metros em relação à Paulista -por onde passaria uma pista local para evitar congestionamentos.
Para a presidente da Samorcc (sociedade de moradores de Cerqueira César), Célia Marcondes, a região pode não comportar o impacto no trânsito. "O projeto é muito bonito, mas meio ambiente é mais que isso, a Paulista não agüenta mais um shopping", disse, na semana passada, na segunda apresentação do projeto à secretaria. Ainda não há previsão para a decisão da secretaria sair.
Se a secretaria der o aval, as empresas ainda terão de conseguir autorização das secretarias da Habitação -que levará em conta o que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) apontar- e da Cultura por causa do tombamento do terreno.

Parque para salto-alto
Com 2.380 metros quadrados -um terço de um campo de futebol-, o parque ficaria na rua Pamplona, entre a Paulista e a rua São Carlos do Pinhal.
Das 157 árvores do terreno atual, 41 estão nesse trecho. Também seriam transplantadas para lá as 19 árvores de outros pontos, de espécies importantes, e plantadas outras cem.
O novo parque ficaria a 400 metros do parque Trianon, de 48 mil metros quadrados, e a 750 metros do futuro parque Mario Covas -que a prefeitura anunciou neste ano na alameda Ministro Rocha Azevedo, com 5.400 metros quadrados.
(CINTHIA RODRIGUES)