"Parangolés" de Hélio Oiticica inspiram dança

Fonte: Folha De São Paulo

Espetáculo de Mariana Muniz estréia hoje na Olido

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Parangolés" -espetáculo que a coreógrafa e bailarina Mariana Muniz estréia hoje, na Galeria Olido, inspirado na obra de Hélio Oiticica- revela uma profunda pesquisa artística envolvendo dança, poesia, samba e artes plásticas.
Diante das criações de Oiticica, na Bienal de São Paulo de 2006, Muniz percebeu que os parangolés seriam o mote de sua investigação coreográfica, e, a partir daí, durante um ano e meio, junto com outros cinco intérpretes, deu uma nova leitura a um dos mais famosos trabalhos do artista plástico, morto em 1980.
"Os parangolés, que são capas, ganham vida como obra se forem vestidos. O próprio Hélio dizia que eles só faziam sentido se fossem vestidos pelo público", diz ela.
"Eles são um instrumento cênico riquíssimo, porque por trás de sua criação, quando Hélio fez experiências no morro da Mangueira, no Rio, há samba, poesia e dança", continua Muniz.
Até chegar à Olido, onde o público assistirá à apresentação em cadeiras no palco, Muniz e os intérpretes foram ao Rio de Janeiro. No Centro de Documentação Hélio Oiticica, experimentaram réplicas dos parangolés.
Em cena, com música ao vivo, a dança surge repleta de passos de samba desconstruídos, enquanto o figurino ganha uma dimensão cênica de destaque, em alusão aos parangolés.
"O parangolé inaugura a descoberta do corpo. A obra se completa com a dança, por isso o ato de vestir e de retirar a roupa é tão fundamental", afirma Muniz, que, depois da Olido, nos dias 8, 10 e 11 de julho, apresenta "Parangolés" na Praça do Patriarca.

|Serviço:

PARANGOLÉS
quinta a sábado, às 20h; domingo, às 19h; até 6/7 
Galeria Olido (av. São João, 473, tel. 3331-7703; classificação: 12 anos) 
grátis; os ingressos serão distribuídos uma hora antes do início