Hirsch vai à ópera e encontra Béla Bartók

Fonte: Folha De São Paulo

Os cantores Stephen Bronk e Céline Imbert estão em "O Castelo do Barba-Azul"

Diretor de "Alta Fidelidade" estréia montagem de obra do compositor húngaro, com prólogo declamado pelo ator Guilherme Weber

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mais associado ao universo do pop, graças a espetáculos como "Alta Fidelidade", o diretor Felipe Hirsch mostra, em São Paulo, sua estréia na ópera: "O Castelo do Barba-Azul", de Béla Bartók. "Eu tinha recebido uns quatro convites, mas nunca tive tempo para me contentar em aceitar um convite com esse tipo de responsabilidade", diz Hirsch, que acabou topando a empreitada de fazer em Belo Horizonte, em 2006, a montagem que entra em cartaz amanhã no Municipal.
"Bartók já fazia parte um pouco dos meus estudos quando preparava "Educação Sentimental do Vampiro", porque estudei muito música expressionista, como Schoenberg, Webern, música dodecafônica, e Bartók passa por isso, é música do começo do século 20", diz. Apoiado em soluções engenhosas e funcionais de cenografia (Daniela Thomas) e iluminação (Beto Bruel), Hirsch concebeu um espetáculo plasticamente encantador, de caráter atemporal, manejando os cantores Stephen Bronk e Céline Imbert de modo que suas emoções se exponham gradualmente, ao longo da música.
Com relação ao espetáculo visto em Minas, a principal diferença está no fosso da orquestra: a regência, aqui, fica por conta de Rodrigo de Carvalho. Escrita em 1911, e com cerca de uma hora de música, a única ópera do húngaro Bartók chega a SP em uma versão em alemão, com prólogo declamado pelo ator Guilherme Weber.

Colaborou VALMIR SANTOS , da Reportagem Local


|Serviço: O CASTELO DO BARBA-AZUL
Amanhã, às 17h; ter, qui e sáb, às 20h30; até 17/5
Onde: Theatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 0/xx/11/ 3222-8698; classificação: 5 anos) 
De R$ 20 a R$ 40 (de R$ 10 a R$ 20 na terça-feira)