24 horas para curtir mais de 800 apresentações na capital

Fonte: O Estado De São Paulo

Virada Cultural começa amanhã, às 18 horas, com Luiz Melodia no Theatro Municipal

Valéria França

O fim de semana paulistano será animado. Às 18 horas de amanhã será dada a largada para o maior evento da cidade, a Virada Cultural, com 24 horas de atrações ininterruptas. O festival chega à quarta edição com o formato ainda maior. Entre shows, espetáculos circenses e de dança, são 800 apresentações - ante 350 do ano passado. E, apesar de estarem espalhadas por todos os cantos do Município, é no centro que acontece o melhor da festa. Ali foram instalados 26 palcos, com espetáculos imperdíveis.

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Há entretenimento para todo tipo de tribo. A bossa nova toma contra do Theatro Municipal. Ali grandes expoentes da música popular interpretam álbuns que marcaram época. A programação começa com Luiz Melodia, que interpreta canções como Estácio, Eu e Você, do disco Pérola Negra, que marcou sua estréia, em 1973. E termina no domingo com Jair Rodrigues, Fabiana Cozza e Zimbo Trio, interpretando O Fino da Bossa, um programa popular que originou o LP de mesmo nome, gravado em 1964, no Teatro Paramount.

SHOWS COINCIDEM

Também é imperdível o chamado palco das meninas, montado na Avenida Ipiranga, para apresentar as grandes vozes femininas da atualidade. Muitas começaram nos bares da cidade e ganharam fama nacional. É o caso da cantora revelação Mariana Aydar, de 27 anos, que circulou muito nas casas paulistanas de forró antes de se consagrar neste ano, fechando contrato com a Verve, selo que tem em seu catálogo de Ella Fitzgerald a Diana Krall. Apresentam-se ainda nesse local Tatiana Parra, Marina De La Riva e a mineira Fernanda Takai, a última a subir ao palco, no domingo.

Quem estiver por lá terá dificuldade de escolher o que quer ver. Em espaços diferentes, grandes atrações ocorrem ao mesmo tempo. Às 18 horas de sábado, quando tudo começa, a bailarina Ana Botafogo dança o segundo ato de Giselle, no Vale do Anhangabaú, enquanto a cabo-verdiana Cesária Évora entra no palco principal da Virada no centro, montado na Avenida São João.

Depois de Cesária, às 21 horas, é a vez da cantora Gal Costa, que se apresenta ao mesmo tempo que os sambistas Thobias da Vai-Vai e Osvaldinho da Cuíca, no Viaduto Santa Ifigênia, que será transformado no reduto dos sambistas (veja quadro nesta página, com horários e locais de shows).

A cena eletrônica ganhou seis palcos de atrações. Dois deles prometem ser concorridos. Na Rua 15 de Novembro, o comando ficará nas mãos de DJs brasileiros que conquistaram fama internacional, como Mau-Mau. Na Rua Quintino Bocaiúva, apresentam-se os residentes das principais casas noturnas da noite paulistana - caso do DJ Bocato, do Grazie a Dio, que anima a balada da Vila Madalena, na zona oeste, e de Pil Marques, do Vegas, clube freqüentado por modernos, na Rua Augusta, região central.

SEGURANÇA

Nenhum gênero musical foi limado da programação deste ano, nem mesmo o rap, que no ano passado levou os Racionais MC’s ao palco da Praça da Sé e o espetáculo acabou em vandalismo. “Essa era a maior preocupação da polícia”, diz o diretor do evento, José Mauro Gnaspini. “Por isso, montamos o palco no Parque D. Pedro, que é bem mais espaçoso. Além disso, organizamos um espetáculo que tem mais cara de celebração. Para isso, chamamos hip hop das antigas.”

A coordenação da Virada dobrou o tamanho da segurança. Estarão a postos 110 brigadistas e 1.200 seguranças privados, além da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana. Haverá postos de policiamento e 30 ambulâncias à disposição do público. Todos os hospitais da região estarão de plantão. “Montamos um esquema que consegue atender 500 mil pessoas”, diz Gnaspini.

O local será equipado com lanchonetes, que funcionam durante as 24 horas do evento, e banheiros químicos, ao lado de todos os palcos. As ruas do centro receberão iluminação cênica - principalmente os prédios históricos. Haverá sinalização para que o fluxo de pessoas aconteça pelas vias mais largas. “Não há perigo de se perder. E é uma boa oportunidade para o paulistano curtir um pedaço lindo da cidade.”