Bailarinas dão vida ao fabuloso quarteto britânico

Fonte: O Estado De São Paulo

Revolver e Abbey Road, dos Beatles, servem como matéria-prima para espetáculo do grupo Silenciosas

Livia Deodato

O significado trazido pela tradução literal das letras e as sensações que cada uma das canções provocaram na juventude sessentista e o que elas causam até hoje levaram o grupo Silenciosas a montar um espetáculo que repassa dois dos momentos que consideram bem marcantes na trajetória dos lendários Beatles, os álbuns Revolver (1966) e Abbey Road (1969). 'A princípio, pensávamos em montar algo só com Revolver, que acreditamos ser o disco da virada. Depois de ler biografias e assistir a filmes relacionados ao grupo, tivemos a certeza de que deveríamos também abordar no mesmo espetáculo o universo de Abbey Road, que representa o ápice dessa mudança marcada pelo psicodelismo', diz Diogo Granato, fundador e diretor da cia.

A pesquisa e o início do processo de montagem de Revolver-Road teve início há cerca de dois anos, quando a trupe decidiu investigar quais os efeitos nos dias de hoje das informações musicais trazidas daquela época. 'É uma nostalgia boa. A idéia é atualizar a sensação do que eles ainda representam hoje.' Durante todo o trabalho, as quatro intérpretes, além de Granato, buscaram entender o papel exercido pela banda, cujo líder acreditou que tivessem se tornados mais famosos que Jesus Cristo. 'Quanto mais estudamos a vida e obra de Lennon, Paul, George e Ringo, nos damos conta de que ,além da extrema criatividade, eles se adequaram às necessidades da época: criaram os shows de estádio, o videoclipe, ampliaram os limites da cultura estética com os desenhos animados', afirma.

Granato acredita que ao longo do processo, as intérpretes foram adquirindo a personalidade de cada beatle, sem prévia definição. 'A Xica Lisboa é o George Harrison, a Nathalia Catharina é o Paul McCartney, a Gisele Calazans é o John Lennon e a Michelle Farias, nossa estagiária, é o Ringo Starr - ela também foi a última a integrar o elenco, assim como o baterista', diverte-se. 'Foi por acaso, aconteceu quase energeticamente.'

Os figurinos, elaborados pela cantora Tiê Biraux, foram 'caçados' em brechós - não são idênticos aos do Fab Four, mas remetem à época. O cenário é composto por cubos infláveis que vão auxiliar nas projeções de imagens do grupo cantando, tocando e fazendo suas estripulias.

|Serviço:
Revolver-Road. 60 min. Livre. Galeria Olido - Sala Paissandu (136 lugs.). Avenida São João, 473, 3331-8399. 5.ª a sáb., 20 h; dom., 19 h. Grátis. Até 20/4