Nerd festa

Fonte: Folha de S. Paulo

campus party

Um dos maiores eventos de tecnologia do mundo chega ao Brasil e reúne entusiastas de diversas áreas; confira atrações gratuitas para visitantes que não se inscreveram



EMERSON KIMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nerds só querem saber de estudar e não perdem tempo com festas. A Campus Party (campus-party.com.br), que ocorre até domingo na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, tenta mudar mais esse estereótipo. Eles continuam a estudar, mas dentro das próprias festas.
Milhares de apaixonados por tecnologia reúnem-se com seus computadores, trocam idéias, acessam a internet, participam de competições, escrevem em blogs e assistem a palestras e oficinas.
E dormem. Dos 3.000 inscritos para o evento, cerca de 1.800 optaram por passar as noites dentro do pavilhão da Bienal, onde 900 barracas -cada uma serve a duas pessoas- encontram-se instaladas.
Quem não conseguiu uma vaga na festa pode visitar gratuitamente o espaço Expo e Lazer, onde empresas expõem surpresas tecnológicas, como o VirtuSphere: o usuário, equipado com visor e controle, adentra uma esfera que gira 360, na qual ele pode se movimentar quase que livremente -as ações têm efeito no ambiente virtual retratado no visor.
Na unidade em exposição na Campus Party, o jogador faz exercícios de combate, de modo semelhante a jogos de tiro em primeira pessoa.
Por falar em combate, o ministério da Defesa montou um estande que mostra o uso de tecnologia no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. Um dos propósitos é estimular a carreira militar entre jovens, diz o tenente Hélcio Alves Borges. "E mostrar que a gente não joga só bola." Os simuladores expostos, principalmente do Exército -que são até usados em treinamentos-, devem atrair muitos fãs de games.
Ao lado do estande das Forças Armadas está o de Esportes Boêmios, da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. Com mesas para jogos como futebol de botão, pebolim e sinuca, e um alvo para dardos, tem um ambiente com madeira que lembra o de um boteco -há, até, um cartaz de um famoso bar paulistano.
As semelhanças, porém, param por aí, já que a Campus Party é uma festa comportada -é proibido o consumo de bebidas alcóolicas e cigarro.
No pavilhão, tem até um touro mecânico. Fica no estande da consultoria em software livre 4Linux -que, ironicamente, é colado ao da Microsoft, um dos mais vazios no primeiro dia.
Mas é na Arena que ocorrerão as principais atividades da Campus Party.
Serão várias oficinas, que ensinarão de astrofotografia a técnicas de case modding (modificação de gabinetes), passando por lançamento de foguetes, linguagem Java e animação 3D.
Campeonatos de Crysis, Quake, Unreal Tournament, WarCraft e StarCraft, entre outros jogos, prometem ocupar os gamers.
Haverá ainda várias palestras, como a do guru do software livre Jon Maddog Hall -que também participará de uma peça de teatro-, a do astronauta brasileiro Marcos Pontes e a do ex-colunista da "Wired" Steven Johnson, que lança dois livros no evento.
Para finalizar, sessões de premiação e festas com DJs. A quem ficou de fora da festa, resta esperar o ano que vem.