Restaurado, filme “Cada Um Vive Como Quer” é exibido no Cine Olido

A cópia em 35mm do longa-metragem dirigido por Bob Rafelson será exibida no Cine Olido entre os dias 24 de fevereiro e 1º de março


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Em 2010, a Sony Pictures anunciou a restauração digital do longa-metragem lançado 40 anos antes, “Cada um Vive como Quer” (Five Easy Pieces), dirigido por Bob Rafelson e produzido por Bert Schneider. A cópia em 35mm, finalizada, será exibida no Cine Olido entre os dias 24 de fevereiro e 1º de março.

O filme integra o movimento conhecido como Nova Hollywood, que teve seu início marcado pelos longas “Bonnie & Clyde” (1967) e “Sem Destino” (1969). O movimento, que ascendeu na década de 1970, foi influenciado pela Nouvelle Vague francesa, perpetuando o ideal do cinema “de autor”. No período, os estúdios firmaram contratos com produtoras independentes e passaram a investir em filmes de baixo orçamento, atribuindo toda a responsabilidade a jovens diretores ainda desconhecidos. A Nova Hollywood apresentou os primeiros trabalhos de cineastas hoje renomados, como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Steven Spielberg e George Lucas.

Após chamar a atenção por sua elogiada atuação em “Sem Destino”, Jack Nicholson foi convidado para protagonizar “Cada um Vive como Quer”, vivendo o pianista Robert E. Dupea. Na produção, ele interpreta o típico norte-americano sem perspectivas. Apesar da formação em piano clássico e da vida tranquila em uma família rica, Robert prefere abdicar do conforto para viver longe, trocando constantemente de mulher e de emprego. Ele divide sua casa com a namorada Rayette Dipesto (Karen Black), que leva à cena o estereótipo de uma mulher burra. Embora ela esteja disposta a lutar pelo relacionamento, o parceiro se mostra desinteressado e sem paciência para lidar com a moça.

As explicações para o comportamento aparentemente indiferente do personagem de Nicholson são esboçadas quando recebe a notícia de que seu pai está à beira da morte. Ele retorna ao lar, onde precisa encarar mais uma vez a típica família burguesa intelectualizada, realidade pela qual nutre certa aversão. Evidencia, assim, o medo recorrente de encarar as responsabilidades da vida adulta.

O filme recebeu quatro indicações ao Oscar: Melhor Filme, Ator (Jack Nicholson), Atriz (Karen Black) e Roteiro Original.