Clube de Poesia na Mário: Alice Sant´Anna

13/08, às 19h

Gosta de Poesia? Quer ler mas não sabe muito bem por onde começar? Nunca pensou em ler mas agora que viu esse texto ficou curioso? Então vem para o nosso Clube de Poesia!

Toda segunda Segunda-feira do mês, teremos nosso encontro do Clube de Poesia da Biblioteca Mário de Andrade com parceria com a Cia das Letras! Iremos refletir sobre os livros lidos, trocar curiosidade e impressões, aprender uns com os outros!

Sobre o Livro: Pé do ouvido se inventa como um poema de formação, gênero que, como se sabe, não existe. Nos romances assim designados, uma personagem jovem parte em viagem e, a cada experiência vivida, forja, por acumulação, sua personalidade e visão de mundo. A narradora de Alice Sant’Anna certamente é jovem, mas já rodou muitas estradas. Entre uma Brook Street qualquer e o Morro Dois Irmãos, o que ela aprende é a perder - certezas, casas ou amores -, aluna aplicada na dura disciplina ensinada por Elizabeth Bishop. Em duas partes assimétricas, no longo monólogo da viagem e no breve recado da volta, ela depura a dúvida. É tão impossível fotografar a lua com o celular quanto apreender a vida na linguagem. Tradutora obsessiva, que a todo momento recorre à poesia japonesa para certificar-se de seus limites, ela confronta palavras (“a diferença entre solitude/ e loneliness qual é?”) e a própria expressão (“se tivesse nascido/ em outro país a voz seria outra/ e as coisas que escreve e pensa/ também seriam outras”). O poema está no que se perde, na tradução e na vida. No que a narradora não chega a compreender inteiramente de uma cultura ou na impermanência fatal de um amor. “o momento em que você percebe/ que está vivendo um momento/ por algum motivo/ um momento mais importante/ que os outros” traduz o instante decisivo de seu périplo banal. É nessa delicadeza tensa que Alice afina a sua voz. Ao pé do ouvido, como se sabe, fala-se baixo. Falar assim é conquistar um interlocutor exclusivo e atento: ouvido à altura da boca, rendido por desejo, curiosidade ou apreensão. É cena de intimidade, mas pode ser de ameaça. Drama ambíguo, como o da fera adormecida no cômodo ao lado.

Sobre o autora: Nasceu em 1988, no Rio de Janeiro. Publicou Dobradura (2008, 7Letras) e Rabo de baleia (2013, Cosac Naify).

Mediação e organização: Isabella Martino

Vem ♥

Observação: Os livros que entregamos no Clube já se esgotaram! Você pode tentar adquirir o livro na Biblioteca ou em livrarias e participar do encontro com a gente. Serão muito bem-vindos!Gosta de Poesia? Quer ler mas não sabe muito bem por onde começar? Nunca pensou em ler mas agora que viu esse texto ficou curioso? Então vem para o nosso Clube de Poesia!