BIOGRAFIA DA PATRONESSE CORA CORALINA

Cora Coralina“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que adotou o pseudônimo de Cora Coralina, nasceu em 20 de agosto de 1889 em na cidade de Goiás, Goiânia, antiga Villa Boa de Goyaz.

Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, Ana nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho. Aos 15 anos de idade, Ana, devido à repressão familiar, vira Cora, derivativo de coração. Coralina veio depois, como uma soma de sonoridade e tradução literária.

Foi uma poetista e contista brasileira de prestígio, tornando-se um dos marcos da nossa literatura. A autora iniciou sua carreira literária aos 14 anos com o conto Tragédia na Roça, publicado no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás.

Casou-se com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Brêtas e teve seis filhos. O casamento a afastou de Goiás por 45 anos. Ao voltar às suas origens, viúva, iniciou uma nova atividade, a de doceira. Além de fazer seus doces, nas horas vagas ou entre panelas e fogão, Aninha, como também era chamada, escreveu a maioria de seus versos.

Publicou o seu primeiro livro aos 76 anos de idade e despontou na literatura brasileira como uma de suas maiores expressões na poesia moderna. Em 1982, mesmo tendo estudado somente até o equivalente ao 2º ano do Ensino Fundamental, recebeu o título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás e o Prêmio Intelectual do Ano, sendo, então, a primeira mulher a receber o troféu Juca Pato (1983). No ano seguinte foi reconhecida como Símbolo Brasileiro do Ano Internacional da Mulher Trabalhadora pela FAO.

Morreu em Goiânia, aos 95 anos, em 1985.

Meu Destino

          Nas palmas de tuas mãos
          leio as linhas da minha vida.

                         Linhas cruzadas, sinuosas,
                         interferindo no teu destino.

                                    Não te procurei, não me procurastes –
                                    íamos sozinhos por estradas diferentes.

                                                   Indiferentes, cruzamos
                                                   Passavas com o fardo da vida...

                                                                   Corri ao teu encontro.
                                                                   Sorri. Falamos.

                                                                                  Esse dia foi marcado
                                                                                  com a pedra branca da cabeça de um peixe.

                                                                                                E, desde então, caminhamos
                                                                                                juntos pela vida...

Cora Coralina

Obras de Cora Coralina: Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (1965); Meu livro de cordel (1976); Vintém de cobre : meias confissões de Aninha (1983), Estórias da Casa Velha da Ponte (1985),  Os Meninos Verdes (1980), Obras póstumas: Tesouro da Casa Velha (1996),  A moeda de ouro que um pato engoliu (1999), Vila Boa de Goiás (2001), O prato azul-pombinho (2001) Doceira e poeta e outras obras.

Nota: o link do título é elaborado por um ISBN para facilitar o direcionamento para o catálogo online do Sistema Municipal de Bibliotecas; pesquise também pelo autor, título ou assunto para localizar outras edições e as bibliotecas onde estão disponíveis para empréstimo.


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