A Comissão da Memória e Verdade da
Prefeitura do Município de São Paulo, em parceria com o Arquivo Histórico de
São Paulo, fará uma homenagem à Inês Etienne Romeu no dia 27 de abril de 2016,
data de um ano de sua morte.
Mineira de Pouso Alegre, Inês Etienne Romeu participou ativamente da luta
armada contra a ditadura civil-militar no Brasil. A ex-presa política foi
integrante da Vanguarda Popular Revolucionária - VPR, da VAR-Palmares e da
Polop.
Após ser delatada, e presa pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, em maio de
1971, Inês foi torturada no DOI-CODI paulista e, depois, levada para
Petrópolis/RJ, onde permaneceu por meses, confinada e torturada na chamada
"Casa da Morte", prisão clandestina do regime militar. Fisicamente
debilitada, foi libertada pesando 32 kg, mas com a memória intacta. Para
mantê-la viva, seus advogados decidiram levá-la oficialmente à prisão.
Condenada à prisão perpétua, Inês foi anistiada em 1979.
Sempre corajosa, ainda sob o regime militar, denunciou os torturadores e
localizou a "Casa da Morte" em Petrópolis.
Na década de 1980, foi diretora do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Foi
também, nas décadas de 1980 e 1990, diretora do Núcleo Regional de São Paulo da
Associação dos Arquivistas Brasileiros (AAB), o qual precedeu a constituição da
Arq - SP.
Em 2009, durante cerimônia oficial em Brasília e após discurso da
ex-companheira de guerrilha, e então ministra, Dilma Rousseff, recebeu o Prêmio
Direitos Humanos na categoria "Direito à Memória e à Verdade" das
mãos do então Presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Além de lembrar o importante papel de Inês na luta pela democracia e pela
verdade durante a ditadura, a homenagem relembrará também a atuação dela
enquanto arquivista, com relevantes feitos nessa área.
O evento será às 19h00, no dia 27 de abril, no Arquivo Histórico de São Paulo, que está localizado na Praça Coronel Fernando Prestes, 152, Bom Retiro, São Paulo – SP.