Após 10 anos de espera, lentes alemãs vão desvendar estrelas na Zona Leste

Com o projetor VIII, que começou a ser instalado nesta quinta-feira (21/07), o Planetário do Carmo será o mais moderno do Brasil.

Olhar as estrelas em São Paulo vai ficar mais fácil. Começou a ser instalado nesta quinta-feira (21/07), no Planetário do Carmo, o projetor Universarium VIII. Os técnicos alemães Ully Noak e Ralf Grosse, da Carl Zeiss, fabricante do equipamento, estão em São Paulo para instalar o aparelho, que chegou ao Brasil há quase 10 anos. Ele é composto por 32 lentes grandes, responsáveis pela projeção das estrelas, e muitas outras menores que mostrarão os planetas e outras constelações.

Em 2004, quando as caixas que guardavam o equipamento foram abertas, parte dele estava danificada e teve que fazer uma viagem de volta ao seu país de origem, a Alemanha, para que a empresa Carl Zeiss, localizada na cidade de Jena, fizesse os ajustes necessários. De volta ao Brasil, o projetor está pronto para desvendar o céu.

Equipado com aparelhos de última geração, com tecnologia semelhante à utilizada pelo Planetário Rose Center, de Nova York, o Planetário do Carmo será o mais moderno do Brasil. Além da sala de projeção, contará com área para exposições, auditório para congressos e espetáculos em geral, biblioteca informatizada e lanchonete. Atenderá pessoas de todas as regiões da cidade, em especial os moradores da Zona Leste, sendo um avançado pólo cultural.

O lugar escolhido para a construção daquele que será o planetário mais moderno do Brasil não poderia ter sido melhor. Quem entra no Parque do Carmo é surpreendido pela cúpula do Planetário que surge aos poucos em meio às árvores. O prédio está instalado no alto de um platô, de onde se tem uma bela vista. A visibilidade do céu também é muito favorável, com boas condições atmosféricas e pouca poluição luminosa.

O prédio do Planetário reflete, de maneira estilizada, a forma das galáxias em espiral, como a Via Láctea. Em seu centro está o projetor, ao redor do qual encontram-se cadeiras reclináveis apontadas para a cúpula, que tem 20 metros e proporciona a sensação de imersão total no céu. Quem assina o projeto arquitetônico do novo Planetário é o Escritório Teúba Arquitetura e Urbanismo.

Nos fundos do edifício há uma esplanada cósmica, um grande espaço a céu aberto que permitirá aos visitantes observar, ao ar livre, o que foi visto dentro do Planetário. Será possível ver estrelas no céu de São Paulo, e esse momento raro já vale a visita.

O Planetário do Carmo, incluindo o auditório, deverá receber aproximadamente até um milhão de pessoas por ano. A sala de projeção terá capacidade para 284 pessoas que, através da simulação criada pelos projetores periféricos, poderão viajar pelo espaço por diferentes épocas.

Estes equipamentos permitem a visualização dos planetas e a utilização de outros recursos. A partir de uma foto tirada em Marte por uma sonda espacial eles podem, por exemplo, projetar na cúpula do Planetário o horizonte marciano e, alinhando-se com os projetores de estrelas, provocar a ilusão de que o planeta Terra está se aproximando. Além desses equipamentos haverá um celostato, aparelho composto por um conjunto de espelhos que refletem o sol na parede sem ofuscar a visão e permitem a observação de manchas solares.

O valor da construção do Planetário é de R$ 6 milhões, dinheiro investido pela empresa Telefônica, que assumiu também os custos de atualização do equipamento, aquisição dos projetores periféricos e os eventuais gastos com reparos ou substituições que se fizeram necessárias. Ao todo foram gastos R$ 11 milhões Este importante espaço público de lazer, cultura e ciência, será aberto aos paulistanos em outubro, quando adultos e crianças poderão, após um longo tempo, visitar um planetário em São Paulo.