Programa que oferece alimentação para idosos será expandido

Parceria entre Prefeitura, Smads e Ten Yad garante alimentação e assistência para idosos que não tem condições se desenvolverem plenamente sozinhos. A intenção é deixar o cidadão em sua casa ao invés de ter que recorrer a um asilo.

Comida quente, todos os dias, para quem não pode mais cozinhar. É o que a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), oferece a 184 idosos beneficiados pelo programa Apoio Sócio Alimentar.

Criado há quatro anos, o programa entrega de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h, uma refeição, composta por arroz, feijão, um tipo de carne, uma sopa, uma salada, pão e frutas, na porta da casa de idosos moradores do Centro de São Paulo e proximidades. O prato, com 600g, é montado por uma nutricionista com diferentes cardápios a cada dia.

Além de ter mais de 60 anos, os beneficiados partilham de outras características comuns: moram sozinhos e, em geral, já não conseguem cozinhar. "Este programa é digno para com o idoso, porque, além de combater a desnutrição - e o idoso fica desnutrido com muita facilidade -, não tira o idoso de casa, evitando que ele vá para algum asilo", explica a coordenadora do Apoio Sócio-Alimentar, Sandra Gomes.

As refeições são preparadas diariamente, pela manhã, no restaurante Bom Prato do Parque Dom Pedro II e entregues por três vans em embalagens individuais e térmicas. O processo de entrega exige bastante agilidade para que a comida chegue ainda quente ao idoso, diz Sandra. "Assim que é feita, a refeição é colocada no carro para ser distribuída".

Mais que alimentação

O programa vai além da distribuição de refeições, ao abarcar uma faceta social, de assistência aos idosos. As mulheres que fazem a entrega das refeições também acompanham diariamente os idosos, atentas para quaisquer problemas ou necessidades que eles possam apresentar. Essa ação resulta em um "histórico social" de cada participante do Apoio Sócio-Alimentar.

Além disso, os idosos tomam conhecimento dos equipamentos e demais projetos da Smads e são convidados a participar da rede social da Cidade. São chamados ainda para participar de eventos no Centro de Referência da Cidadania do Idoso (Creci), de eventos culturais na Cidade ou assistir a uma peça de teatro. Como em geral apresentam dificuldades de locomoção, os idosos são pegos em suas casas e transportados até os destinos. Mês passado, visitaram o Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz.

Sandra comenta que nessas ações está o grande atrativo do Apoio Sócio-Alimentar. "Nas atividades, no convívio, há a retomada de interesses, do viver". Convênio

O Apoio Sócio-Alimentar é fruto de parceria entre a Smads e a Instituição Beneficente Israelita Ten Yad. A secretaria paga R$ 179 mensais por idoso, atualmente, para que a instituição execute o serviço. Cabe a ela o preparo e a distribuição dos alimentos, além do transporte dos idosos para os eventos. O planejamento é feito pela Secretaria. Além da nutricionista, a Ten Yad também emprega uma assistente social e três visitadoras.

Proposta de ampliação

No momento, o programa abrange apenas a Subprefeitura da Sé e alguns distritos próximos, como a Barra Funda. Mas a Smads estuda a proposta de estendê-lo para as demais regiões da Cidade, como a Mooca, próxima região a ser atendida. De acordo com a Secretaria, a Mooca seria indicada para a expansão do programa por ser um local que abriga grande número de idosos, portanto de grande demanda por esse serviço.

Para estender o programa, a Smads procura parcerias, seja com novas entidades, seja pela ampliação da existente com a Ten Yad. Uma das preocupações é encontrar novo local para a elaboração da comida. "O preparo da comida é feito no Centro e entregue no Centro, para que o idoso a receba quente. Como para maiores distâncias isso não é garantido, teremos de achar um novo local", explica Sandra Gomes. Apesar disso, a coordenadora acredita que até o fim deste ano os idosos da Mooca passem a receber as refeições em suas casas. "Esse idoso semidependente quer continuar em sua residência, o Estatuto do Idoso o garante, e nós temos esse projeto para apoiá-lo", diz.