Cooperação entre Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e Consulado dos Estados Unidos, ajuda nova-iorquino que estava em situação de rua na cidade de São Paulo

Foto: Matéria Fantástico (clicar para assistir)
Texto: Carla Louise

Os Centros de Acolhimento da Prefeitura de São Paulo recebem, em média, 14 mil pessoas em situação de rua todos os dias na cidade, para serviços como pernoite, banho e refeições. São pessoas daqui, de outros estados e até de outros países que costumam ser atendidas nos serviços de acolhimento localizados em diversos bairros da capital.

No último sábado, 13/01, a área de comunicação da secretaria identificou a presença de um estrangeiro em um dos Centros Temporários de Acolhimento, e apurou tratar-se do sobrinho de um escritor americano.

Assim que identificado, o Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, José de Castro, foi imediatamente conversar com o convivente ao mesmo tempo em que acionou o Consulado Americano, que imediatamente se prontificou a atendê-los. O passaporte provisório foi confeccionado e entregue no mesmo dia. O próprio Consulado declarou que essa foi a primeira vez que um cidadão americano em situação de rua é levado ao órgão para ser ajudado diretamente por um representante do governo.

O Sr. Paul* (Nome fictício, para preservar sua identidade) diz ter chegado ao Brasil há pouco mais de um mês e veio em busca de oportunidades. Ele é escritor e logo que chegou à cidade de São Paulo teve seus documentos furtados. Como o próprio comentou, experimentou seu primeiro acontecimento negativo, mas frisa que depois disso só teve experiências positivas.

Ele comentou que passou as primeiras noites na rua, mas logo foi abordado pela CAPE e, assim, conheceu os serviços de acolhimento da Prefeitura de São Paulo. “Fiquei impressionado com o Programa que vocês têm para moradores de rua. É incrível! Vocês oferecem acolhimento, comida, cuidado e carinho. Mesmo com poucas pessoas falando inglês, sinto que são todos muito amistosos” Ele conta que desde seu primeiro dia no CTA pôde ter diversas interações positivas e todas as pessoas em volta, desde o orientador até o Chefe de Gabinete, foram sempre muito cuidadosos com ele.

Paul afirma que aguarda o passaporte definitivo (previsto para daqui duas semanas), deseja criar um vínculo com a cidade de São Paulo, conseguir viver de sua arte, que é a escrita e, enfim, se estabelecer no país. “Gostei tanto daqui que não tenho planos de voltar para Nova York”, frisa o americano. Mas o próprio Consulado dos Estados Unidos orienta que ele retorne ao seu país para criar autonomia e, assim, voltar ao Brasil em melhores condições. Mas a escolha de permanecer ou retornar ficará a critério do próprio.

Enquanto o passaporte definitivo não fica pronto, Paul pretende fazer aula de português em algum centro de acolhimento para imigrantes da SMADS e também participar das capacitações oferecidas em nossos centros de acolhida. Essa semana, ele foi transferido para o CTA Brigadeiro Galvão, com vaga fixa de atividades dia e também ganhou, como doação, um laptop para que possa voltar a escrever seus contos.

A SMADS reitera o compromisso de sempre abordar, encaminhar e acolher a todos que precisam, sem exceção, com foco na criação de condições para a própria autonomia como porta de saída, como preconiza o SUAS – Sistema Único de Assistência Social.