Trabalhadores da rede socioassistencial participam de capacitação para combate ao trabalho escravo

Foto: Marcella Costa
Por: Bruna Carvalho


O combate à escravidão contemporânea foi tema da capacitação aplicada aos trabalhadores da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) de São Paulo. A iniciativa da organização social Repórter Brasil, em parceria com a SMADS e o ESPASO (Espaço Público do Aprender Social), reuniu cerca de 50 pessoas, na última terça-feira (19).

Os participantes selecionados para fazer parte da qualificação “Escravo, nem pensar!: Atendimento humanizado ao imigrante e prevenção ao trabalho escravo” foram designados de acordo com as demandas dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) das regiões que mais têm atendido migrantes e imigrantes.

Para Natália Suzuki, educadora especializada em trabalho escravo, a formação do tema para servidores da assistência social é de extrema importância e impacto no atendimento adequado ao imigrante. “A expectativa é de otimizar o atendimento e fazer com que o combate ao trabalho escravo seja parte do cotidiano nos serviços”, explicou.

O conteúdo utilizado nos encontros dedicados à capacitação foi disponibilizado pela Repórter Brasil, uma das mais importantes fontes de informação sobre trabalho escravo no país, e adaptada para o público da assistência social por meio do núcleo pedagógico do ESPASO.

O objetivo é prevenir o trabalho escravo e garantir o atendimento humanizado aos imigrantes e vítimas de trabalho escravo na rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), informando a população em vulnerabilidade social sobre os riscos do aliciamento e do trabalho escravo e garantindo o acesso aos programas sociais.

De acordo com Fátima Teixeira, assistente social da proteção social básica, o curso proporciona elementos importantes aos técnicos para detectar situações de trabalho escravo por meio de conversas com o público assistido. “Esse é um alerta para todas as pessoas. É importante para mostrar que existem possibilidades e recursos para apoiar as vítimas dessa situação”, disse.

A assistência social tem duplo papel nesse combate: a prevenção, feita por meio da disseminação de conhecimento, e a assistência no pós-resgate, que é responsável por encaminhar de forma correta as vítimas de trabalho escravo aos órgãos responsáveis e garantir o acesso aos direitos sociais para essas pessoas.

Após os três primeiros encontros da capacitação, Doris Martins, coordenadora no CRAS Pirituba, disse estar “muito satisfeita e disposta à compartilhar o conhecimento adquirido com o restante da equipe”. O próximo encontro acontecerá em novembro, com o objetivo de levantar discussões sobre o atendimento e o tratamento nos serviços após a qualificação aplicada.

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