Casal aceita acolhimento e vai em busca de autonomia

 

Foto: Wagner Origenes/SMADS
Por Juliana Liba


A esperança de uma vida melhor. Foi exatamente isso que a equipe de orientadores do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) República proporcionou a Ewerton Tezato de Aguiar, 40 anos, e Durcilene Ribeiro dos Santos, 30.

O casal, junto há sete anos, estava no Vale do Anhangabaú quando a angústia tomou conta. “Alguns moradores perderam seus pertences e uma confusão começou. Foi ali que entrei em desespero e vi como essa vida é sem futuro”, contou Durcilene.

Depois da cena, eles não aguentaram as lembranças de uma vida cheia de dores e desafios e aceitaram acolhimento do SEAS República. Foram encaminhados para o Centro de Acolhida Especial Lar de Nazaré, na região do Brás, e estão lá há duas semanas repletos de confiança.

Foi a bebida e o conflito familiar que levaram Ewerton Tezato a viver nas ruas. Com o Ensino Médio completo e formação em Escolta Armada e Vigilante, seu sonho é voltar a trabalhar. Agora, com o acolhimento enxerga essa realização mais próxima.

O sonho de Durcilene não é diferente. Há 13 anos, depois de quebrar a perna, não se manteve no emprego e perdeu o quarto alugado. Por morar nas ruas muito cedo, não conseguiu concluir seus estudos. Mas isso não a impede de correr atrás de qualificações e cursos de limpeza e garçonete para conquistar nova oportunidade de trabalho.

Agora, no Lar de Nazaré, serviço que tem especificidade em famílias, o casal está na lista de espera para a capacitação do Trabalho Novo. O programa da Prefeitura de São Paulo, implementado na atual gestão, já propiciou 1.171 vagas de trabalho para pessoas que estavam nas ruas.

Com todos os documentos em dia, a assistente social do Lar de Nazaré, Elizabete Navarro Hernandes, conta que o casal transborda motivação e que o serviço é ideal para ajudar na organização. “Com esse acolhimento, desejamos e vamos trabalhar para que eles tenham uma saída qualificada e conquistem sua autonomia”, disse.

Para Ewerton e Durcilene, a qualidade do serviço dá ânimo para sair das ruas. “Tem um chuveiro maravilhoso, um quarto aconchegante e um tratamento muito bom que ajuda a ter esperança”, acrescentou Ewerton.

Depois de uma trajetória dura e cheia de dificuldades, eles estão cheios de fé de que vão conseguir o que querem: uma vida digna e uma casa para morarem juntos.
“A luta continua e fico muito satisfeito por ter aceitado esse encaminhamento. O apoio é fundamental para sairmos dessa”, declarou Ewerton.